Guia do Câncer

Câncer de mama: Conheça os mitos e verdades sobre a doença

Por Dr. Bruno Pozzi 12/09/2013

Muitos são os questionamentos sobre o que aumenta e o que diminui os riscos para o câncer de mama. O excesso de informações, muitas vezes incorretas, ajuda a aumentar a confusão sobre o tema.

Nesse texto, colocarei de forma clara e suscinta todos os tópicos que eu encontrar sobre o assunto, baseado no conhecimento científico. Quando eu mencionar que “não há comprovação científica” simplesmente estou afirmando que ninguém conseguiu provar, para sim ou para não, que determinado fator pode mudar os riscos de uma pessoa.

câncer de mama

Desfazendo os mitos sobre o câncer de mama

 

Sexo– Bastante óbvio, ser mulher é o maior fator de risco para câncer de mama. O que não é obvio para todos, é que os homens também desenvolvem a mesma doença, mas na proporção de 1 homem para 100 mulheres.

Idade– O risco vai se elevando até os 45 a 50 anos de idade. Após isso, ocorre uma queda na incidencia, provavelmente devido às mudanças hormonais que a mulher sofre após essa idade.

Raça– Não está completamente claro se esse fator se aplica somente a raça ou se está mesclado também com fator socioeconômico, mas existem diferenças raciais. Nos Estados Unidos por exemplo, a incidência do câncer de mama é menor nas mulheres latinas que nas negras, e nessas é menor que nas brancas.

Doenças benignas– A grande maioria das doenças benignas NÃO estimula o aparecimento de neoplasias. Fibroadenomas, por exemplo, são encontrados em muitas mulheres jovens, e não tem relação com o câncer. Em caso de dúvida, pergunte sobre o seu caso em particular para seu médico

Peso– Mulheres com obesidade tem mais chance de desenvolvimento do câncer de mama. Isso é valido para mulheres que estão na menopausa.

Álcool– O consumo crônico de álcool está relacionado ao aumento da incidência da doença.

diagnóstico precoce do câncer

Consumo de gorduras– Os estudos científicos tem resultados variados. Algumas analises com muitos pacientes mostram que o consumo excessivo de gordura pode aumentar o risco de câncer de mama. Outros trabalhos, no entanto, não comprovam essa conclusão. Como a ingestão de gorduras irá aumentar o peso da mulher, podemos assumir que mesmo indiretamente o risco irá aumentar.

Carne vermelha– Um estudo mostrou aumento do risco de câncer de mama em mulheres que consumiram mais que 5 porções de carne por semana.

Cálcio e vitamina D– Os estudos são conflitantes. Alguns mostram um grau de proteção para as mulheres que ingerem tais produtos, outros não encontraram essa relação. Ainda não se pode afirmar com certeza qual a relação verdadeira desses fatores.

Antioxidantes– Vitaminas E, A, C, beta-caroteno. Nenhuma delas tem relação de proteção confirmada cientificamente.

Cafeína– Também não foi encontrada relação entre o consumo de cafeína e predisposição a câncer.

Cigarro– Embora não tão evidente como a relação com o câncer de pulmão ou câncer de cabeça e pescoço, existem vários estudos que mostram uma relação moderada entre tabagismo e aumento de risco para o desenvolvimento de câncer de mama.

Amamentação– Mães que amamentam tem menos risco de desenvolver câncer de mama, comprovado em vários estudos.

Anticoncepcionais orais– Apesar de algumas controvérsias iniciais, já existe a comprovação que o uso de anticoncepcionais orais não aumenta o risco de desenvolvimento do câncer.

Reposição hormonal– A maioria dos estudos conclui que existe uma relação causal entre o uso de terapia de reposição hormonal e o desenvolvimento de câncer de mama, especialmente com o uso prolongado da medicação. No entanto, existem indicações precisas para esse tipo de tratamento, e várias situações onde o risco é muito baixo e os benefícios altos. Sempre converse com seu ginecologista antes de tomar qualquer decisão sobre esse tipo de terapia.

Relação familiar– A historia familiar de câncer de mama é um risco importante para o desenvolvimento da doença, mas deixo claro que apenas 20% dos casos de pacientes com a neoplasia tem um histórico familiar positivo. Parentes de primeiro grau são os mais relevantes, especialmente se desenvolveram a doença enquanto jovens.

Enfim, com esse texto cobri os tópicos que geralmente sao questionados no consultório. Se alguém tiver alguma duvida sobre algum outro fator de risco possível, é só me perguntar nos comentários.

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