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Crianças com apneia têm mais problemas de comportamento, diz estudo

Por Redação Doutíssima 03/06/2014

Pais devem prestar atenção a desordens na respiração dos filhos durante o sono, pois são cada vez mais comuns casos de crianças com apneia. Pesquisas médicas têm identificado que casos de crianças com apneia do sono são cada vez mais frequentes, até mesmo no primeiro ano de vida.

O resultado desta condição, além das dificuldades respiratórias impostas, são a propensão ao desenvolvimento de alterações comportamentais, hiperatividade, agressividade. Podem, inclusive, serem observados sintomas emocionais e dificuldade de relacionamento.

Má qualidade da respiração infantil durante o sono pode indicar a apneia. Foto: Shutterstock

Má qualidade da respiração infantil durante o sono pode indicar a apneia. Foto: Shutterstock

Estudo recente, conduzido pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e publicado em importante periódico médico, revelou que problemas de comportamento e de aprendizagem entre crianças são até cinco vezes mais comuns naquelas que sofrem de apneia do sono, podendo chegar a seis vezes em crianças com apneia do sono persistente.

A principal característica da apneia é a suspensão repentina da respiração enquanto dormimos. Casos de crianças com apneia são mais frequentes entre dois e seis anos de idade, mas também ocorrem com crianças menores. Em torno de uma em cada dez crianças roncam regularmente e 2% a 4% delas têm apneia do sono. As causas mais comuns são o aumento das amígdalas ou das adenoides.

Consequências em crianças com apneia

A desatenção e a hiperatividade de crianças com apneia são sinais comuns da condição. Também são observados sintomas emocionais, como a ansiedade e depressão, problemas de relacionamento e de conduta, relacionados a agressividade e quebra de regras, além do comportamento pró-social, referente a prestatividade e capacidade de dividir. Pesquisas acrescentam entre as avaliações o nível socioeconômico, se houve tabagismo materno durante o primeiro trimestre de gravidez e o baixo peso ao nascer.

Crianças com apneia e que, portanto, apresentam distúrbios respiratórios durante o sono, são cerca de 40% mais propensas a desenvolver problemas comportamentais por volta dos 7 anos de idade, em comparação com crianças sem problemas respiratórios. A maior ocorrência tem relação com a hiperatividade, embora seja notado o aumento da incidência em todas as cinco medidas comportamentais.

Em crianças cujos sintomas aparecem cedo, por volta dos 6 ou 18 meses, cerca de 50% delas são mais propensas​ a ter problemas comportamentais aos 7 anos de idade – isso em comparação a crianças com respiração normal. Crianças com apneia do sono com os problemas comportamentais mais graves geralmente desenvolvem a condição de forma crítica aos 30 meses de idade.

Cérebro afetado

Problemas de respiração durante o sono podem causar problemas comportamentais porque afetam o cérebro de várias maneiras. Isso ocorre devido à diminuição dos níveis de oxigênio e pelo aumento dos níveis de dióxido de carbono no córtex pré-frontal, interrompendo os processos restaurativos do sono e perturbando o equilíbrio dos diversos sistemas celulares e químicos.

Crianças com apneia do sono podem ter deficiências no funcionamento executivo, isto é, ser incapazes de prestar atenção, de planejar com antecedência e de se organizarem. Também podem ter afetada a capacidade de suprimir o comportamento e de autorregular a emoção e a excitação.

A cirurgia pode ser o tratamento de primeira linha, principalmente em casos graves, nos quais as amígdalas e adenoides são ampliadas. Outra opção é a perda de peso para crianças com sobrepeso ou obesas.

 

 

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