Saúde Mental

Conheça a mentira patológica e entenda quando mentir torna-se uma doença

Por Redação Doutíssima 03/08/2014

Muitas vezes, as pessoas nos dizem alguma coisa que beira ao absurdo, parecendo não estar correto. Pode ser apenas uma brincadeira, mas quando esses episódios são constantes, podemos estar diante de alguém que sofre de mentira patológica.

 

O que é a mentira patológica?

Você sabia que mentir demais pode ser uma doença? A mentira patológica, também conhecida por mitomania, é um transtorno psicológico por meio do qual a pessoa que está acometida, chamada de mentiroso patológico ou mitômano, tem uma conduta repetida e compulsiva do ato de mentir.

 

Tal quadro proporciona a ela uma série de “benefícios” imediatos, como a admiração ou a atenção.

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Mentira patológica pode enganar o doente com boas sensações. Foto: iStock, Getty Images

Essa doença diferencia-se da cleptomania, por exemplo, na qual a pessoa rouba sem o objetivo de enriquecer. É que na mentira patológica pode existir, ou não, a intenção de enganar, embora o verdadeiro objetivo é desvirtuar a realidade para contar algo, digamos, mais “fantástico”.

 

Pode parecer algo simples ou sem maiores consequências, mas, quando a pessoa que sofre da doença é desmascarada, os “benefícios” referidos anteriormente já não existirão mais, prevalecendo apenas a desconfiança e a rejeição dos amigos e familiares, que tendem a isolar a pessoa que mentiu.

 

Conheça os sintomas da mentira patológica

Em regra, os sintomas da mentira patológica são semelhantes aos sinais de outros vícios, como altos níveis de ansiedade em situações propícias para mentir, pensamentos recorrentes que incitam a pessoa doente a mentir, impotência de resistir ao impulso de mentir e alívio ao não ser descoberto após contar uma mentira.

 

Mas existem alguns sintomas do distúrbio que são próprios dessa condição. Alguns deles envolvem aumentar a realidade das coisas, buscar aceitação e admiração das pessoas, ter baixa autoestima e poucas habilidades sociais, um medo constante de ser descoberto e o crescente aumento da grandeza das mentiras contadas.

 

Por fim, vale lembrar que a condição pode estar relacionada com outras doenças psiquiátricas, como o transporto bipolar ou a esquizofrenia.

 

Existe um perfil de pessoa mais propensa à doença?

Não há muitos estudos quanto a esse aspecto, mas algumas pesquisas revelam que a mentira patológica é mais comum em homens e também em pessoas com algumas características particulares de personalidade – ser narcisista, ter baixa autoestima ou não ter boas habilidades sociais.

 

Há tratamento para este distúrbio?

Existem diversos tipos de tratamento para a mentira patológica. Mostra-se problemático, porém, que o doente recorra à ajuda médica, já que um dos seus grandes medos é ser descoberto em suas mentiras.

 

Por isso que as primeiras consultas relativas à doença costumam ser feitas por familiares para buscar orientação sobre como agir. O principal tratamento são as terapias cognitivas.

 

Se você conhece alguém que suspeita sofrer desta doença, diga diretamente à pessoa. Fale que você não gosta desse tipo de atitude, e que algumas consequências graves poderão acontecer se a vida de mentiras persistir.

 

Lembre-se que a pessoa tem medo de ser descoberta e, enquanto não é, mentir lhe traz boas sensações. Portanto, nada de usar meias palavras ou passar a mão na cabeça – isso poderá estimulá-la, inclusive, a buscar auxílio médico.

 

 

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