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Conheça as mutações que aumentam risco de câncer de mama

Por Redação Doutíssima 30/03/2015

A ciência, cada vez mais, se empenha em entender as mutações que envolvem o câncer e buscar enfrentá-las. Em março de 2015, a Revista Nature Genetics publicou um estudo que revelou 15 novas alterações que aumentam o risco de tumor na mama. A pesquisa envolveu a análise do DNA de 120 mil mulheres e foi realizada na Inglaterra.

Entenda as novas mutações do câncer

A pesquisa eleva para 90 a quantidade de “hot-spots” (pontos quentes) do DNA humano, onde a variação do código genético pode estar ligada às mutações que motivam o desenvolvimento da doença. Com a descoberta, novos testes podem ser criados para avaliar o risco de câncer de mama.

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Variações no DNA podem ter relação com alterações que levam ao câncer de mama. Foto: iStock, Getty Images

Os materiais genéticos de mais de 120 mil mulheres – descendentes de europeus, com ou sem histórico de desenvolvimento da doença -, foram analisados no estudo.

 

A partir dessa análise, foi possível identificar os 15 novos polimorfismos de nucleótido simples (SNP, em inglês) que são variações de uma só base do DNA, que disparam o risco de desenvolver esse tipo de câncer.

 

Descoberta de mutações tem lado positivo

Mas as notícias não são de todo ruins, considerando que a descoberta das mutações vai permitir estabelecer qual é o risco herdado de uma mulher de desenvolver câncer de mama a partir de testes para diversas variações genéticas. É o que destaca Montserrat García-Closas, professora do Institute of Cancer Research e co-autora do estudo.

 

Segundo o trabalho dos pesquisadores, a descoberta dessas mutações pode facilitar o desenvolvimento de novos testes para avaliar o risco de desenvolver o câncer, realizando-os sobre novas categorias de marcadores.

 

Individualmente, cada um desses marcadores tem um pequeno efeito sobre o risco de desenvolver a doença, entretanto, ao combinar a informação de muitos deles, é possível identificar com precisão quais mulheres podem ter o câncer, permitindo implementar estratégias para prevenção.

 

A descoberta das mutações foi considerada pelos pesquisadores um novo passo para montar o quebra-cabeça do câncer de mama. Afinal, apresenta informações sobre como e por que esse risco pode ser herdado. Os marcadores genéticos podem ser extremamente úteis para medidas preventivas tão necessárias para as mulheres.

 

Números do câncer de mama no Brasil

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo. O percentual cresce 22% a cada ano. Em 2010, foram 49.240 novos casos no Brasil, número superado apenas pelo câncer de pele.

Em 2008, 11.860 mulheres e 125 homens morreram por causa da doença. Os números são do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

 

A maior incidência da doença ocorre na região sudeste do País. A medida utilizada para quantificar essa incidência chama-se taxa bruta, que corresponde ao número de casos para cada 100 mil mulheres.

Na região Sudeste, essa taxa é de 64,54 casos/100 mil mulheres; na região Sul 64,3/100 mil mulheres; no Centro-Oeste 37,68/100 mil mulheres; no Nordeste são 30,11/ 100 mil mulheres; e na região Norte, com a menor incidência, 16,62/100 mil mulheres.

 

Segundo especialistas, as diferenças são decorrentes à tese de que, quanto mais desenvolvida a região, maior o número de casos. Individualmente, é no Rio de Janeiro que os casos estão em maior número, com 88,30/100 mil mulheres.

Em seguida vem o Rio Grande do Sul, com 81,57/100 mil mulheres; e São Paulo, com 68,04/100 mil mulheres. Na outra ponta está o Amapá, com 10,98/100 mil mulheres.