Saúde Mental

Saiba quando a introspecção é maléfica para o seu filho

Por Redação Doutíssima 28/05/2015

Se você nota que seu filho está quieto, não fala tanto e parece triste, saiba que isso pode ser um quadro de introspecção. A sensação imediata é de preocupação, dúvidas, medo sobre o que pode estar causando esse quadro na vida de seu pequeno. Mas, calma. É preciso pensar bastante a respeito e desenvolver a capacidade de avaliar o momento.

E isso, em um primeiro momento, não significa algo ruim, negativo e desesperador. Por isso, a reação inicial também não precisa ser tão pessimista. Entender esse contexto passa, antes de tudo, pela compreensão do conceito de pessoa introspectiva.

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Quadro introspectivo em crianças pode ser ocasionado por angústias ou sofrimentos. Foto: iStock, Getty Images

Introspecção pode ser positiva

Estar introspectivo nem sempre significa que você está mal. Sabe por quê? Introspecção é a capacidade do sujeito em voltar-se para si mesmo e pensar sobre suas questões pessoais. É o que explica a psicóloga e psicanalista Katya de Azevedo Araújo, que atende do Núcleo de Atendimento Psicológico (NAP), de Novo Hamburgo.

Por ser identificada por meio de um quadro de silêncio, isolamento e pensamento fixo, a introspecção costuma ser confundida com tristeza, quando a pessoa está mais observadora. E é natural que pais, amigos e familiares demonstrem preocupação quando não conseguem entender o que se passa no íntimo do outro.

Também pode acontecer de alguns confundirem pessoas introspectivas com tímidas. “O conceito não é o mesmo. A timidez pode ser uma dificuldade de se relacionar, falta de coragem, insegurança e inibição, enquanto que a introspecção é a capacidade de pensar sobre si”, completa a psicóloga.

A timidez pode levar a consequências e complicações diferentes. O tímido poderá se afastar de amigos, familiares e entrar em um ciclo profundo de tristeza e resultar em depressão. É um cenário completamente diferente do introspectivo.

Mas, apesar de ser algo relativamente bom, um quadro introspectivo, especialmente nas crianças, pode ser desencadeado por algum sentimento desagradável, alguma represália por parte de adultos, um sofrimento ou até mesmo um momento de pensar sobre seus conflitos e angústias.

Assim, pode ser positivo à medida que sugere a reflexão, autoanálise e autocrítica. O sujeito olha para suas atitudes e as avalia, partindo em busca de crescimento e evolução a partir de experiências que não foram agradáveis.

Introspecção não precisa ser tratada

Os pais devem entender que não há a necessidade de buscar nenhum tipo de ajuda, tratamento ou orientação médica para esse tipo de situação. “Por si só,  não é necessário tratamento a menos que esteja associada a um isolamento afetivo intenso. É algo saudável. Todos devemos ter momentos de introspecção”, considera Katya.

Logo, de acordo com a psicanalista, não se deve lutar contra o contexto introspectivo. “Não devemos evitar. Devemos realizar”, observa Katya.

Pois quando esse momento introspectivo se dá de maneira natural, em qualquer idade, em qualquer momento da vida, é benéfico, positivo para o crescimento pessoal e para o alcance dos objetivos e planos a serem traçados.

 

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