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Vacina de poliomielite ainda é a melhor saída contra a doença

Por Redação Fortíssima 21/06/2016

Não há motivos para se temer o Zé Gotinha. O símbolo da campanha contra a paralisia infantil funciona com uma espécie de embaixador da erradicação da doença no país. Graças à incorporação da vacina de poliomielite na caderneta das crianças, o Brasil não registra nenhum caso desde o final da década de 1980.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos da doença caiu 99% desde 1988 em todo o mundo, sendo notificadas apenas 406 manifestações até 2013. Os poucos indícios de poliomielite aparecem em países da Ásia e da  África.

Vacina de poliomielite e a erradicação da doença

Os casos podem ser pontuais, mas ainda existem. Na África e na Ásia, nove países registraram ocorrências da doença nos últimos dois anos. É por isso que a vacinação é tão importante, ressalta o neurologista Ricardo Campos.

“O fato de a doença ter sido erradicada aqui não significa que o vírus não esteja presente. Ela foi erradicada no sentido de que as pessoas estão imunizadas e, ainda que haja contato com o vírus, a chance de contágio é muito baixa por conta da eficiência das vacinas”, completa.

No Brasil, as campanhas de vacinação acontecem no segundo semestre. Em 2014 e no ano passado, o país não alcançou a meta: foram 12 milhões de crianças imunizadas (94,4% do total) em 2015 e 93,9% do total no ano anterior.

Vacina de poliomelite

O Zé Gotinha é um velho conhecido das crianças brasileiras. Foto: Divulgação

Periodicidade da vacina

Até o ano passado, o esquema vacinal contra a poliomelite previa três doses, administradas aos dois, quatro e seis meses de idade. Além disso, a criança devia tomar dois reforços (aos 15 meses e aos quatro anos) e ir aos postos de vacinação nas campanhas anuais, até completar cinco anos.

Neste ano, houve uma pequena mudança no protocolo e a terceira dose da imunização contra a paralisia infantil, administrada aos seis meses, deixa de ser oral (VOP) e passa a ser injetável, a chamada vacina inativa (VIP).

“Deixar de se vacinar é deixar uma janela aberta para que essas populações que vêm de áreas endêmicas tragam o vírus de novo à sua situação sintomática maior, que é a paralisia. É irreversível”, finaliza Campos. Segundo Campos, cerca 2% da população afetada pelo vírus da poliomelite desenvolve a paralisia infantil.

Outra mudança para a campanha de vacinação de 2016 está na redução de uma dose na vacina pneumocócica 10 valente para pneumonia, que a partir de agora será aplicada em duas etapas: aos dois e aos quatro meses. Ela deve ser seguida de reforço aos 12 meses (período ideal), mas que pode ser tomado até os quatro anos.

A recomendação é resultado de estudos que mostram que o esquema de duas doses e mais um reforço tem a mesma efetividade do modelo anterior, em que eram utilizadas três doses e mais um reforço.

E você, já levou seu filho tomar todas as doses da vacina de poliomielite? Não deixe para depois!