Um estudo revela que a maioria dos doutores estão utilizando a ferramenta de busca do Google para encontrar informações médicas e saber mais sobre as doenças que eles possuem contato no dia a dia.
96% dos médicos usam o Google para informações médicas. Isto foi demostrado pelo primeiro estudo “Web e Saúde”, publicado na última terça-feira pelo instituto de pesquisa especializado na área de saúde Pharma Listening e a agência de comunicação digital Hopscotch. Entre as centenas de médicos pesquisados, 25% admitiram utilizar o google várias vezes ao dia. A partir disso, podemos concluir que os médicos não estão preparados para tratar seus pacientes pois estão utilizando como base informações não confiáveis? Na verdade, o estudo destaca o exatamente o contrário. Tudo se volta à origem da informação que eles buscam. 14% dos pesquisados citaram uma mesma página de alta autoridade em saúde, como uma das plataformas mais populares entre eles. A maior parte das informações públicas e de sites de mídia social vêm por último. “Por um lado, os médicos são treinados para julgar a confiabilidade das informações, e em segundo lugar, eles sabem onde procurar”, diz Jacques Lucas, vice-presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Médicos da França.
Para se atualizar rapidamente
Desta forma, portanto, “Não é surpreendente”, sobressalta ele antes de completar que “os médicos não são os únicos beneficiados”. “Assim, quando estamos com um paciente que sofre de uma patologia que não conhecemos, ou conhecemos pouco, o primeiro reflexo é de pesquisar para se informar e poder dar bons conselhos orientando o paciente a um especialista”, explica ele, lembrando que se trata do melhor meio para uma “primeira opinião rápida”.
Jacques Lucas se lembra dos tempos quando todos os médicos possuíam suas enciclopédias , as bíblias da medicina. “Elas eram utilizadas várias vezes por dia, mas a Internet é muito mais adaptada. As pesquisas são instantâneas” , analisa ele, “Os médicos tem acesso à todas as atualidades da área”.
A principal desvantagem das consultas nos meios digitais é que na Internet existem muitas informações descartáveis. 80% dos conteúdos relacionados à saúde são gerados pelos próprios usuários.
Criar uma base de dados mais confiável
Entre as páginas preferidas dos médicos na Internet, há também sites de empresas farmacêuticas. “As informações são dirigidas para os laboratórios, mas não há nenhuma diferença entre os relatórios que são entregues durante as consultas médicas.”, diz Jacques Lucas.
Esse estudo “Web e Saúde” também revela que, ao contrário de médicos, pacientes se dirigem geralmente aos sites melhor referenciados, mas a confiabilidade dos conteúdos não é garantida. Entre estes sites está a Wikipédia, que aparece sempre entre as pesquisas sobre patologias. A pesquisas mais frequentes se tratam de câncer (1,5 milhões), AIDS (550 mil), diabetes (368 mil) e depressão (368 mil).
Para o médico Jacques Lucas, “é necessário crias uma fonte de informações estruturada, com uma base confiável afim de evitar que informações falsas circulem”. Ele gostaria que este site fosse acessível a todos e conter páginas de fácil compreensão para pacientes, e outras mais científicas para os médicos.