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Hepatite B: o que é e o que fazer?

Por Redação Doutíssima 10/05/2013

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A hepatite B é uma doença transmitida pelo vírus VHB, conhecido por infectar os hepatócitos, as células do fígado. Essas células podem ser agredidas pelo VHB diretamente, ou pelas células do sistema de defesa que, empenhadas em combater a infecção, acabam causando um processo inflamatório crônico chamado de lesão hepática .

O período de incubação dura, em média, de um a quatro meses. Uma pessoa infectada por ele pode desenvolver as seguintes formas da doença: hepatite aguda, hepatite crônica (ou ambas) e hepatite fulminante, uma forma rara da doença que pode ser fatal. O sintomas muitas vezes podem ser parecidos com os da gripe.

Transmissão do VHB

O vírus da hepatite B está presente no sangue, na saliva, no sêmen e nas secreções vaginais da pessoa infectada.
As relações sexuais constituem uma via importante de transmissão da hepatite B, considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), porque o vírus atinge concentrações altas nas secreções sexuais.

A transmissão pode ocorrer também por via perinatal, isto é, da mãe para o bebê na gravidez, durante e após o parto; por via horizontal, através de pequenos ferimentos na pele e nas mucosas; pelo uso de drogas injetáveis e por transfusões de sangue (risco que praticamente desapareceu desde que o sangue dos doadores passou a ser rotineiramente analisado).

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Diagnóstico

O diagnóstico é feito com base nos de sangue para determinar o valor das transaminases (aminotransferases), e a presença de antígenos do vírus na detecção do DNA viral. Em alguns casos, pode ser necessário realizar biópsia de fígado.

Sintomas

  • De modo geral, os principais sintomas da infecção aguda pelo vírus VHB são semelhantes aos da hepatite A:
  • náuseas,
  • vômitos,
  • mal-estar,
  • febre,
  • fadiga,
  • perda de apetite,
  • dores abdominais,
  • urina escura,
  • fezes claras,
  • icterícia (cor amarelada na pele e conjuntivas).

A hepatite B crônica também pode evoluir sem apresentar sintomas que chamem a atenção durante muitos anos. Isso não indica que parte dos infectados possa desenvolver cirrose hepática e câncer de fígado no futuro.  Na maioria das vezes, porém, quando os pacientes procuram o médico, já há sinais de insuficiência hepática crônica: icterícia, aumento do baço, acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite), distúrbios de atenção e de comportamento (encefalopatia hepática). A evolução dessa forma da doença depende de fatores, como a replicação do vírus, a resposta imunológica, o consumo de álcool e a eventual infecção por outros vírus.

Prevenção

A maneira mais segura e eficaz de prevenir a infecção pelo VHB é tomar as três doses da vacina contra a hepatite B, assim distribuídas: a segunda 30 dias depois da primeira e a terceira, seis meses depois da primeira.
Devem receber essa vacina: recém-nascidos, crianças que não foram vacinadas ao nascer, pessoas com vida sexual ativa, aquelas que convivem com pacientes com a enfermidade ou necessitam de transfusões de sangue com frequencia, as submetidas à hemodiálise. Também devem ser vacinados os usuários de drogas injetáveis, os profissionais na área de saúde, os doadores de órgãos sólidos e de medula óssea, policiais, manicures, podólogos, portadores de HIV e de imunodeficiências, vítimas de abuso sexual, a população indígena, entre outros grupos. Ou seja, todo mundo!

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Tratamento

Na maioria dos casos, o tratamento da hepatite B aguda tem como objetivo aliviar os sintomas e afastar o risco de complicações. Nessa fase, não há consenso sobre a indicação de medicamentos antivirais. Também, ao contrário do que se preconizava no passado, o paciente não precisa permanecer em repouso, mas deve moderar a atividade física.
Nem todos os portadores de hepatite B crônica com diagnóstico recente precisam de tratamento imediato. Quando ele se faz necessário, existem remédios que inibem a replicação do vírus e atuam no controle da resposta inflamatória.

Recomendações

A hepatite B crônica é uma doença que exige cuidados, porque pode evoluir para cirrose hepática e câncer de fígado (carcinoma hepatocelular);

Vale a pena consultar um médico sobre a importância de tomar a vacina contra hepatite B, mesmo que você não pertença aos grupos de risco.  Essa vacina protege também contra a infecção pelo vírus da hepatite D, que só se manifesta quando ocorre dupla infecção;

Informe-se sobre a distribuição gratuita da vacina contra a hepatite B pelo sistema público de saúde.

Fonte : Saúde com Drauzio Varela e  Affection.org.fr

Tradução e adaptação: Raquel Paquiela