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Osteoporose em homens: um problema osso duro (ou não!)

Por Redação Doutíssima 16/05/2013

A união de fatores hereditários, hábitos pouco saudáveis e o inevitável envelhecimento podem trazer consequências, muitas vezes, irreversíveis. É o caso da osteoporose, que muitos acreditam ser tipicamente feminina. Isso porque, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% das mulheres com mais de 50 anos são atingidas.

osteoporose em homens

10% dos homens acima de 50 anos desenvolvem a osteoporose.

Apesar de ser em menor porcentagem, o sexo masculino não está livre da doença: 10% dos homens, na faixa dos 50 anos, também desenvolve o problema. “Certamente os números são maiores, pois a osteoporose no homem é subdiagnosticada”, enfatiza o dr. José Goldenberg, reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).

Embora tenha ossos mais fortes e largos, a combinação entre a perda natural de elementos minerais, baixa produção de hormônios masculinos (testosterona), histórico familiar e os maus hábitos de vida também afeta o sexo masculino, à medida que o volume da massa óssea é reduzido. “Com essas características, os ossos tornam-se mais finos e de extrema sensibilidade, com prejuízo de sua arquitetura. Dependendo do impacto, ficam mais sujeitos às fraturas”, alerta o dr. Goldenberg.

A osteoporose no sexo masculino pode ser mais agressiva e perigosa do que no feminino, pois o pico de massa óssea (reserva de osso) ocorre entre 18 e 40 anos – mais tarde que na mulher, quando o pico fica entre 14 e 30 anos. Segundo o dr. Goldenberg, essa reserva tardia faz com que, depois dos 40 anos, o homem perca, a cada quatro anos, cerca de 10% do osso cortical, a camada mais externa e mais resistente, portanto a proteção.

Tipos de osteoporose

Osteoporose idiopática: atinge homens dos 20 aos 80 anos, com maior incidência depois dos 70 anos. Não há causa identificada para esse tipo da doença.

Osteoporose secundária: responsável por cerca de 30% a 60% das fraturas da coluna vertebral. Atinge homens de qualquer idade. Nesse caso, existem fatores de risco associados à perda e à modificação dos ossos.

Fatores de risco

Além do envelhecimento e do desgaste natural dos ossos, outros motivos podem ajudar a acelerar a doença, que atinge homens em qualquer idade. São dois tipos de fatores de risco:

Fixos

  • Idade
  • Constituição corpórea
  • Raça/etnia
  • Histórico familiar
  • Sexo

Modificáveis

  • Alcoolismo
  • Tabagismo crônico
  • Redução da taxa do hormônio masculino (testosterona)no organismo
  • Doenças reumáticas (artrite, por exemplo)
  • Transplante de órgão
  • Sedentarismo
  • Hipertireoidismo
  • Hiperparatireoidismo
  • Cirrose hepática
  • Doenças inflamatórias intestinais
  • Diabetes
  • Imobilização prolongada
  • Uso excessivo de medicamentos (como anticonvulsivantes, heparina, cortisona, hormônios tiroideanos, entre outros)

Prevenir é possível

A osteoporose deve ser prevenida. Os fatores de risco permanentes não podem ser evitados; entretanto, alguns cuidados ajudam a retardar o desenvolvimento da osteoporose, em razão dos fatores modificáveis.

Um ótimo caminho é começar pela alimentação balanceada, ingerir principalmente cálcio e vitamina D ou um banho de sol, pois ajudam a fortalecer e retardar a perda de massa óssea.

Outras formas de prevenção consistem em suspender o tabagismo, consumir moderadamente bebidas alcoólicas, café, chá e tomar medicamentos apenas com indicação médica. O mais importante é praticar exercícios físicos regularmente. “As atividades mais recomendadas são as que trabalham o equilíbrio, a resistência e o fortalecimento da massa muscular. Com isso, é possível prevenir quedas e eventuais fraturas”, sugere o dr. Goldenberg.

Essa doença demonstra poucos sintomas. Se não forem feitos exames preventivos para o seu diagnóstico, pode passar despercebida. “Quando ocorrem fraturas ou microfraturas, a pessoa sente dores agudas no local; assim, é possível desconfiar que o caso possa ser de osteoporose”, orienta o reumatologista. Outra forma de identificar a doença é quando a pessoa começa a ficar corcunda e perde altura progressivamente.

Tratamento sob medida

É possível descobrir a doença por meio da avaliação dos fatores de risco e de alguns exames, como o de densitometria óssea, que mede a massa óssea do possível portador. Com o resultado faz-se um pré-diagnóstico do grau de risco de fratura do paciente.

O tratamento é individualizado, dependendo de cada caso e deve sempre ser supervisionado por um especialista. “É possível prevenir e tratar a osteoporose, inibindo a perda de massa óssea ou estimulando sua formação, mas isso deve ser discutido apenas com o médico”, enfatiza o dr. Goldenberg.

Fonte: Einstein Saúde