As anfetaminas são um potente estimulador do sistema nervoso central, muitas vezes usadas em medicamentos para tratar problemas de saúde mental. Mas por conta de seus efeitos poderosos, não é incomum ver esse tipo de substância sendo usada para melhorar a performance. É preciso atenção, já que elas podem ser perigosas.
Consumo e aplicações médicas atuais
A anfetamina foi sintetizada pela primeira vez em 1887 por Lazăr Edeleanu, um químico romeno. Suas propriedades estimulantes não eram conhecidas até 1927 e ela tampouco foi utilizada clinicamente até 1934, quando passou a ser comercializada como descongestionante.
Desde então, é opção no tratamento de problemas como epilepsia, mal de Parkinson, fadiga e depressão. Através da ativação de receptores específicos, a anfetamina aumenta a atividade de neurotransmissores, especialmente dopamina e norepinefrina.
Essas alterações causam mudanças na libido, aumentam a vigília, melhoram o controle cognitivo e produzem euforia. Fisicamente são capazes de diminuir o tempo de reação, aumentando a força muscular e reduzindo a fadiga.
Durante a Segunda Guerra Mundial, as anfetaminas e metanfetaminas (um produto químico similar) foram utilizadas para melhorar o desempenho dos soldados. Por exemplo, pilotos usavam essa substância para manter-se alerta em longas missões.
Já na década de 1950, os chamados comprimidos estimulantes, que incluíam a anfetamina em sua composição, passaram a ser usados por motoristas de caminhão, estudantes, donas de casa e atletas. O objetivo era dar energia extra e promover a vigília. Como as propriedades viciantes se tornaram conhecidas, muitos países começaram a proibir a droga.
Os efeitos colaterais das anfetaminas
As anfetaminas têm um elevado potencial de tolerância e dependência psicológica. Além disso, possuem capacidade de produzir muitos efeitos secundários, que variam em gravidade e podem incluir visão turva, vertigens ou inquietação.
Uma pessoa talvez não perceba quando está esgotada após tomar a substância, o que a coloca em perigo por falta de repouso. Uma pesquisa publicada no American Heart Journal mostra que os consumidores desse tipo de droga possuem três vezes maior risco de desenvolver um aneurisma da aorta, condição fatal quando não tratada rapidamente.
Depois de um longo período de utilização de anfetaminas, o usuário pode se tornar esgotado, doente, ansioso e paranoico – e até mesmo violento e agressivo. Enquanto ainda há um debate sobre essa droga ser fisicamente ou psicologicamente viciante, não há dúvida de que o uso crônico e frequente corrói a saúde física e mental.
Seus efeitos secundários podem ser vistos também a longo prazo. Um estudo publicado na revista Neuroscience descobriu que ratos que receberam doses regulares dessa substância durante a adolescência apresentaram mudanças no cérebro e de comportamento na vida adulta.
Traduzido para seres humanos, esse levantamento sugere que os jovens que usam anfetaminas podem ter alterações na memória e na atenção por volta de seus trinta anos. É por isso que seu uso é bastante controlado e só deve ser feito com prescrição médica.
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