Saúde Mental

4 Mentiras que os pais adoram contar para os filhos

Por Redação Doutíssima 17/09/2013

Pais contam mentiras para as crianças, isso todo mundo sabe, menos as crianças. Elas crescem, descobrem tudo, mas acabam repetindo as mesmas coisas com outras crianças. Ingenuidade para proteger a criança, por pensar que elas pensam de maneira diferente, para tentar contextualizar com a realidade delas. Seja como for, listamos abaixo 4 grandes mentiras ditas por pais que psicólogos incentivam serem abandonadas.

mentiras

 

1. “Seu desenho ficou lindo.”

Um elogio indevido que pode tornar seu filho uma pessoa acomodada. A criança deve aprender a ter senso crítico e a melhorar. Ela precisa ver a realidade para aprender que pode progredir. Quando seu filho te apresentar um desenho indecifrável, dê os parabéns por ele ter se dedicado, mas faça as ressalvas necessárias para ele melhorar. Ofereça novos desafios. Dizer que o desenho (ou o teatrinho, ou a apresentação, ou o bolo) não ficou tão bom quanto poderia não prejudica a autoestima.

 

2. “O vovô virou uma estrela.”

Essa é uma das clássicas maneiras de contar para uma criança que alguém morreu. Os adultos não sabem lidar com essa situação e acham que as crianças não conseguirão entender o que acontece. Na verdade, essas historinhas criam falsas expectativas e medos desnecessários na criança. Outras frases para a mesma situação são “Caiu em sono profundo”, “Foi morar no céu”, “Viajou para longe”.  A criança pode desenvolver medo de dormir, pode passar a achar que todo mundo que viaja nunca mais volta e pode até mesmo planejar uma viagem à lua para encontrar com a pessoa que virou estrela! Psicólogos recomendam que de maneira simples seja dita a verdade para a criança. Explique apenas o que ela perguntar, não precisa também falar de detalhes que a criança não vá entender.

 

3. “Foi a cegonha que trouxe você”

A frase e a solução para as perguntas constrangedoras das crianças sobre sexo. As crianças passam a notar as diferenças do corpo de menina e menino e surgem as primeiras perguntas na fase dos “porquês”. Resta ser sincero, respondendo de forma clara, direta e pontual, conforme as perguntas forem surgindo. De toda forma, tente adaptar o vocabulário ao universo da criança, explique tudo simplificadamente e de maneira lúdica. O diálogo franco e aberto sobre reprodução não vai estimular os filhos a fazer sexo precocemente. Uma pesquisa da Universidade de Montreal com adolescentes de 14 a 17 anos constatou que o número de adolescentes sexualmente ativos era menor entre os que declararam obter informações sobre sexo do que os que obtinham essas informações de amigos. Quanto mais informada for a criança, melhor ela saberá escolher o momento certo.

 

4. “Engole o choro. No futuro, vai me agradecer.”

Esta é a frase dita após algumas chineladas ou tapas. O castigo corporal oferece poucas vantagens em relação aos malefícios e traumas causados na criança. Estudos provam que o castigo corporal não faz a criança adquirir valores e distinguir o certo do errado, mas sim o contrário. Crianças que apanham ignoram as regras quando os pais não estão presente. Quando eles estão presentes, elas mentem para evitar apanhar. Além disso, bater pode criar problemas imediatos e futuros. Desde os 2 anos, crianças que sofrem castigo físico tendem a evitar seus pais. São também mais agressivas. E, mais para a frente, têm mais risco de infringir leis, ir mal na escola e apresentar transtornos mentais.

 

Fonte: Superinteressante.