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Como lidar com o amor e com medo de amar?

Por Rafaela Monteiro 03/10/2013

O amor é obscuro, ouvi isso uma vez em uma palestra de uma psicóloga que trabalhava com casais. E as vezes essa frase faz sentido. Amar, as vezes não tem muita explicação. E na nossa cultura onde tudo se mede, é complicado entender algo que não pode ser estabelecido com pesos e medidas. Claro que, existe muita gente que justifica atos irresponsáveis com sentimentos, e creio que não é bem assim. Não somos seres totalmente controlados pela paixão ou pelo amor, pois eles também precisam de uma dose de equilíbrio, pra ser saudável.

 

Medo de amar

Muito mais comum do que se pensa, o amor as vezes assusta, dá medo. O fato é que, como disse Carlos Drummond de Andrade em um de seus versos: “…esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade”. Com medo de sofrer deixamos de viver, de sentir, de se relacionar. Não existe receita de bolo. A Gestalt terapia é uma abordagem da psicologia que busca o contato com sentimentos, acreditando na saúde que esse contato com sensações e sentidos podem trazer. Em todos os âmbitos, não só no amor romântico. Porém, sabemos que quem está na chuva é para se molhar, e amar as vezes envolve arriscar e algumas vezes, sofrer. Não temos como prever o futuro. Viver é um risco, amar, mais ainda. O fato é que isso faz parte do jogo. A vida tem seus mistérios e segredos, nossa parte é estar dispostos a jogar, a viver, e principalmente, ser responsáveis pelos riscos e por nossa vida.

 

Será que vale a pena?

Não há como saber, não tem como responder. Eu poderia dizer aqui que amar sempre vale a pena, que o amor é sempre o melhor e coisas do tipo. Mas acredito que a vida é um presente e um dom precioso dada a cada indivíduo. E cada pessoa é a melhor pessoa pra saber o que é melhor pra si. O que podemos fazer, é refletir no que Chico Buarque uma vez cantou:

O velho sem conselhos
De joelhos
De partida
Carrega com certeza
Todo o peso
Da sua vida
Então eu lhe pergunto pelo amor
A vida inteira, diz que se guardou
Do carnaval, da brincadeira
Que ele não brincou  (…)

O velho de partida
Deixa a vida
Sem saudades
Sem dívida, sem saldo
Sem rival
Ou amizade (…).