Enganada e explorada. É assim que se sente Catarina Migliorini, a jovem brasileira de 21 anos que vendeu sua virgindade em um leilão por 780.000 dólares em outubro de 2012.
Organizado pelo cineasta australiano Justin Sisely, este projeto – que criou um burburinho – se transformou em um grande fiasco, quando a jovem, que garante ainda ser virgem, abriu o jogo sobre o acontecido e sobre o seu descontentamento.
Inicialmente, Sisely deveria filmar o documentário Virgins Wanted que iria explorar a vida de Catarina Migliorini e Alex Stepanov, dois jovens que colocam a virgindade em leilão.
Para a virgindade de Catarina Migliorini, um milionário japonês de 53 anos, que utilizava o pseudônimo de Natsu foi quem ganhou nas vendas pela internet. No entanto, quando Catarina o encontrou, a jovem diz que ele não se encaixava na descrição que foi fornecida a Sisely e que, portanto, não tiveram relações sexuais.
Além disso, Catarina afirma que Sisely não cobriu os seus gastos com a viagem para a Austrália e, também, que ele não deu o dinheiro que ele havia prometido. Sisely, por sua vez, nega todas as acusações, contando com supostas fotos que poderiam provar sua versão. Ele afirma, ainda, que houve uma quebra de contrato pela atriz Migliorini.
“Ele me fez acreditar que era um documentário sério”
Quando Sisely anunciou que pretendia começar a filmar em maio de 2010, ele pensava que o filme terminaria com as duas pessoas virgens tendo suas primeiras relações sexuais. No entanto, o final não foi gravado, segundo Migliorini. A atriz afirmou que Sisely dizia que o leilão poderia acontecer, mas que não era certeza.
Mas quando Sisely e Migliorini se encontraram em Bali, a venda já tinha sido anunciada publicamente, incitando, assim, a jovem a colaborar. Ela disse ter aceitado de participar desse “jogo”, pois Sisely acreditava que esta seria a melhor maneira de atrair a atenção das mídias para o projeto. Em troca da sua participação, Catarina conta que ela deveria ter recebido 20% do valor arrecadado com o documentário e a totalidade do dinheiro recebido no leilão, porém, a atriz afirma que não tocou nesse dinheiro até agora.
Em novembro passado, o ministro da Justiça do Brasil disse que o cineasta poderia ser exposto a acusações de tráfico sexual por ter intermediado a “transação” entre o milionário japonês e a jovem atriz.
O Sisely respondeu que a atriz e o milionário japonês fariam sexo em um avião, ou seja, fora da jurisdição brasileira.
Porém, para Migliorini, isso faz parte de uma grande invenção de Sisely, que nem sequer tem os meios para oferecer a ela um carro ou uma estadia de dois meses em Sydney.
Inicialmente, Sisely anunciou seu documentário pretendia mostrar a “transformação de uma vida”. No que, talvez, ele tenha razão, pois hoje Migliorini saiu do anonimato e foi convidada a posar para a edição brasileira da revista Playboy. Exposição midiática esta que a jovem afirma ter obtido através de seus próprios esforços.