Saúde Mental

Cultura, subjetividades e construção de pensamentos: saiba mais

Por Rafaela Monteiro 11/11/2013

i.e.

Pensar em produção de subjetividade a partir da cultura, das relações sociais, pode ser um pouco complicado dentro de um país tão diversificado culturalmente como o Brasil. Como produzir subjetividades tão diferentes em lugares tão próximos?

 

Subjetividades fabricadas

Podemos perceber, diante da diversidade do ser humano, que o que é tão normal e óbvio para um pode ser totalmente estranho e complexo para outro. O fato é que entre determinadas sociedades e em determinados contextos, subjetividades são fabricadas de acordo com a realidade em questão e com o interesse em jogo.

A produção de subjetividade constitui matéria prima de toda e qualquer produção e encontra-se no seio daquilo que Marx chamava de infra –estrutura produtiva. Pois é a partir desta que se conseguirá expandir determinadas idéias e formas de pensar. Como por exemplo, o que é produzido pela subjetivação capitalística, o que vem pela linguagem, pela família e por tudo que nos rodeia, não é apenas uma questão de ideia ou de significações por meio de enunciados significantes; trata-se de sistemas de conexão direta entre as grandes máquinas produtivas, as grandes máquinas de controle social e as instâncias psíquicas que definem a maneira de perceber o mundo.

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Várias formas de construir o mundo

Assim, as pessoas que não estão integradas, por algum motivo, a esse sistema, como por exemplo as crianças, sociedades arcaicas, doentes psíquicos, ou outros, seja por não poder ou não conseguir entrar no sistema de significação dominante, essas pessoas possuem uma percepção do mundo totalmente diferente daqueles que estão dentro desse esquema.

Isso não quer dizer que tenham uma percepção caótica do mundo, mas que correspondem a outros modos de representação do mundo, que são demasiadamente importante para aqueles que assim as têm, e se encontram em outro tipo de sociedade, com outras relações sociais.

Pensamos o mundo a partir do que nos é apresentado por nossa sociedade. A partir do que esta produz. Em sociedades que se organizam de forma coletiva, as pessoas tendem a pensar de forma coletiva, e também se dá o contrário. No mundo capitalista, pensamos a partir do individual e constituímos nossas relações permeados por esse olhar. O que nos resta é pensar e problematizar essa forma de construção e, quem sabe, nadar contra essa maré de modo a construir relações menos individualistas e, quem sabe também, mais saudáveis.