Saúde Mental

Psicologia e Gestalt Terapia: saiba mais

Por Rafaela Monteiro 13/11/2013

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A Gestalt terapia faz parte da abordagem existencialista fenomenológica, onde o homem é visto como um ser autônomo e responsável por suas próprias escolhas e por construir sua vida. Nessa abordagem observa-se o fenômeno, aquilo que é apresentado no momento; a expressão facial, gestos, roupas, atitudes, comportamentos, detalhes da pessoa que vêem a falar muito do seu ser, do seu existir no mundo.

 

Autor da história

Não existe um inconsciente recalcado que determina as escolhas da pessoa,  o homem é entendido como autor de sua história, responsável por sua vida; pois mesmo que outros possam ter tido atitudes sérias que influenciaram e marcaram sua vida, acredita-se que ele tem, a partir daí, a sua opção de agir, podendo escolher então o que fazer a partir do que foi feito com ele; não ficando assim preso a atitudes passadas que determinam sua vida inconscientemente, sem que o mesmo tenha consciência e domínio sobre isso.

O objetivo da terapia é trazer a “awareness” que quer dizer “Tornar-se consciente”, pois a partir dela tem-se a junção do dar-se conta e o que se precisa fazer, é a consciência das escolhas e modo de agir, para assim levar a uma vida mais saudável.

Dia do abraço

 

Aqui agora

A terapia dá-se no aqui agora, e nesse momento podem estar presente não só o momento presente, mas o passado, através de situações inacabadas que influenciam as ações no presente e o futuro. As dimensões do passado e do futuro dão reconhecimento ao que já foi e ao que pode vir a ser um dia, formando assim limites psicológicos para a existência presente e um contexto psicológico que dá à figura presente um fundo contra o qual ela existe.

O paradoxo que se dá é que embora uma preocupação com o passado e o futuro seja obviamente central para o funcionamento psicológico, comportar-se como se estivesse no passado ou no futuro, tal qual fazem muitas pessoas, compromete as possibilidades vitais da existência.

 

Contato

Em Gestalt terapia este é algo demasiadamente valorizado, o contato do cliente com ele mesmo, com os outros, com memórias, com o terapeuta, com sua vida, suas dores , suas emoções, sensações e sentimentos.
O contato não é apenas reunião ou intimidade. Ele só pode acontecer entre seres separados, que sempre precisam ser independentes e sempre se arriscam a se unirem.

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E é apenas pela função do contato que a percepção de nossas identidades pode se desenvolver plenamente. O contato é o sangue vital do crescimento, o meio para mudar a si mesmo e a experiência que se tem do mundo.

 

O terapeuta

A Gestalt vem tratar do ser humano autônomo, que tem poder de decidir, mudar, construir, sentir, pensar a respeito de sua existência. E não é só o sintoma que interessa, mas o modo de viver do sujeito, o que fez com que ele chegasse a ser o que é, como ele se construiu, e como chegar a uma vida mais saudável dentro de sua perspectiva, da perspectiva do cliente, do que é saudável para ele.

Nesse sentido o terapeuta não é o “dono da verdade” e suas intervenções podem ou não fazer sentido para o cliente; e caso não faça sentido não significa resistência a um saber predominante e correto que vem do terapeuta, pois acredita-se que a terapia dá-se em uma parceria entre terapeuta e cliente, onde cada um entra com cinqüenta por cento de energia em direção a “melhora”, e onde as idéias e desejos do cliente são levadas em consideração para o bom andamento da terapia.

O terapeuta não possui então o poder de interpretar e dizer o correto, mas seu intuito é ajudar o cliente a chegar a consciência de suas atitudes e responsabilizá-lo sobre as mesmas e sobre a sua vida; objetivando fechar situações inacabadas que são prejudiciais e encontrar uma vida mais saudável e responsável.