Saúde Mental

Entenda como a doença pode ser um momento de oportunidade

Por Rafaela Monteiro 21/11/2013

Abdominal Cramps

Difícil momento da vida quando a doença nos assola, seja em que grau for, ou quando assola um de nossos queridos. Nossa sociedade cultua o corpo o tempo todo, o prazer, a saúde, a beleza. E assim, ficar doente é muito mais difícil nesse contexto. A doença pode nos levar a pergunta: por que comigo? O que eu fiz pra merecer isso? Ou outras perguntas semelhantes.

 

Doença e sintomas físicos

Quando ficamos doentes nosso corpo e os sintomas físicos podem ser vistos como um problema. Podemos então perder a oportunidade de compreender algumas profundas questões pessoais que podem estar  na raiz de nossos sintomas.

O corpo pode se tornar o bode expiatório para a infelicidade e a dor emocional. Isso não pretende sugerir que todas as doenças tenham uma origem psicológica e muito menos culpar a pessoa doente. Essa ideia, pode contudo, quando utilizada com compaixão, nos ajudar a perceber se não existe alguma grande lição a ser aprendida nessas circunstâncias. Quando lançamos sobre nossa doença esse olhar, certos sintomas podem ser uma nova oportunidade e também um novo começo.

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Reagindo a doença

Diante da enfermidade podemos reagir de várias formas. Geralmente se vai de um estágio a outro, sentindo aceitação em um momento e raiva e vitimização em outro. Talvez alegria e vida em outro momento. Não há uma hierarquia definida. Esses estágios podem variar.

A medida que as pessoas aprendem a usar sua doença como uma oportunidade de crescimento – o que pode ser feito com qualquer momento perturbador – ela muitas vezes pode ajudá-las a desenvolver um relacionamento mais amoroso e gentil com elas mesmas. Sob as pressões de lidar com a doença podemos  descobrir uma fonte de força interior e de amor da qual antes não conhecíamos.

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O caos inicial de uma doença pode se transformar em uma crise curativa.

Um mestre espiritual uma vez afirmou que: “não importa se o corpo está saudável ou doente, ele pode ser o veículo para uma grande vida”.  Um exemplo disso está num relato de dois casos que li recentemente, de dois homens com Aids. Um deles, depois do diagnóstico, sentiu raiva e ressentimento do seu corpo e da vida. Se queixava com todos e se isolou dos amigos e familiares que tentaram lhe oferecer amor e apoio. Basicamente deixou de viver após ter recebido o diagnóstico e morreu seis meses depois.

Outro homem, ao contrário, após ter recebido o diagnóstico de Aids, se envolveu com o trabalhos populares, começou a cuidar do corpo e de suas necessidades emocionais. Começou a fazer contato com outras pessoas com a mesma doença e organizou grupos de cura e apoio. Decidiu viver plenamente os dias que lhe restavam. Coincidência ou não, cinco anos depois estava vivo, cheio de vigor e trabalhando normalmente.

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Não é nada fácil lidar com o momento da doença. Se preciso, além dos medicamentos e outros cuidados, procure uma boa psicoterapia. Mas o mais importante é lembrar que o olhar lançado sobre esse momento vai ser crucial para ajudar a lidar com ele.