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Situações inacabadas e a importância de fechamento: saiba mais

Por Rafaela Monteiro 28/11/2013

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Pessoas vêm e vão em nossa vida constantemente. E muitas vezes, partem de forma abrupta, inesperada e traumática. Seja uma separação conjugal, um amigo que vai embora, ou um ente querido que morreu. Como nossa sociedade nos ensina e nos permite realizar nosso luto e deixar partir o que se foi sem mais voltar? Como encerramos nossos ciclos?

 

Perdas e sociedade

Segundo estudiosos da psicologia social, para compreendermos o ser humano devemos estudar como ele se constitui em seu contexto sociocultural, pois o homem é um animal cultural.

Perdas fazem parte da vida desse homem histórico-social. Viver a perda e despedir-se é preciso. Porém, vivemos em uma sociedade que não nos ajuda nesse sentido. O prazer e a felicidade são impostos a qualquer preço, não é permitido sofrer, chorar por muito tempo, viver o luto preciso para cada dor.

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Estamos na sociedade do “fast food”, onde em poucos minutos entramos numa lanchonete e comemos um sanduíche. Tudo é apressado, os dias são corridos, não há tempo para nossas angústias e dores, não há tempo pra nada. Isso afeta enfim nossas relações, nosso modo de construir afetos, nosso modo de lidar com nossas dores e perdas.

 

Situações inacabadas

Considerando que o homem é nutrido através de seus relacionamentos e também sofre suas perdas e dores através destes, verificamos que a perda e o luto são parte da vida como um todo, e o modo que colorirmos o mundo é criado por cada perda.

A Gestalt afirma que uma situação precisa ser acabada, resolvida, para que outra possa surgir. Assim, em casos de perdas não assimiladas permanece-se na dor e em uma situação inacabada, e é somente a partir de seu fechamento que é possível a abertura de novas possibilidades.

Uma situação inacabada permanece em primeiro plano, ocupando grande espaço na vida da pessoa. Uma situação inacabada é a presença no hoje de algo que ocorreu no passado. O organismo irá direcionar sua energia para o equilíbrio e uma vez equilibrado sua energia fica livre para ser direcionada para outra necessidade.

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Nos casos de situações inacabadas, esta retém uma parte da energia do organismo que não retorna a homeostase original. Por isso, toda situação inacabada “pede” fechamento e enquanto não é fechada permanece viva impedindo a abertura de novos ciclos. Isso pode ser observado nos casos de perdas, onde a pessoa permanece fixa naquele lugar de dor não conseguindo sair.

 

Fechamento

Vemos, com isso, a importância do trabalho e conseqüente reconfiguração das perdas e do luto, de modo que seja alcançada maior saúde emocional e equilíbrio homeostático para o seguimento do processo vital. Pois, sempre que uma situação inacabada relacionada a algum tipo de perda ocupa o centro da vida da pessoa, ou de grupo familiar, toda a sua existência fica comprometida.

Reconstruir a situação inacabada é o que possibilita o experimento de uma nova resposta.