Clínica Geral

Suicídio: problema de saúde pública?

Por Rafaela Monteiro 18/12/2013

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O suicídio é um tema difícil de ser abordado. Pouco se fala sobre ele. Não se divulga. Não se noticia. Não se comenta. Porém, é algo mais comum do que se pensa. Se pararmos para pensar, falar sobre a morte já não é nada fácil, imagina falar sobre a morte provocada, voluntária.

Atualmente, o suicídio é uma das três principais causas de morte entre os jovens e adultos de 15 a 34 anos, apesar de a maioria dos casos acontecer entre pessoas com mais de 60 anos. Segunda a Organização Mundial de Saúde (OMS), a média de suicídios aumentou 60% nos últimos 50 anos, em particular nos países em desenvolvimento.

 

Estatísticas da OMS:

De acordo com dados atuais da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 3.000 pessoas por dia cometem suicídio no mundo, o que significa que a cada 30 segundos uma pessoa se mata. Estima-se que para cada pessoa que consegue se suicidar, 20 ou mais tentam sem sucesso e que a maioria dos mais de 1,1 milhão de suicídios a cada ano poderia ser prevista e evitada.

O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, tirando a vida de uma pessoa por hora no Brasil, mesmo período no qual outras três tentaram se matar sem sucesso.Trata-se de um problema que se pode prevenir na grande maioria das vezes. Em muitos casos, a pessoa se desespera ao não ver possibilidades de mudanças ou transformações em sua vida diante de situações complicadas. Pode também estar em depressão ou com outra doença, contribuindo assim para a falta de esperança e desespero que possivelmente antecedem o ato de suicidar-se.

 

Ajuda – caminhos – possibilidades

Creio que, na maioria dos casos, a ajuda de amigos, familiares e/ou profissionais da área da saúde podem, e muito, ajudar ou prevenir o suicídio. Diante de situações desesperadoras ou doenças graves, onde não se consegue enxergar caminhos e possibilidades, a ajuda de outra pessoa, seja profissional ou familiar, com outro olhar ou um simples acolhimento a dor é de grande valia e pode mudar vidas.

Na hora do desespero costuma-se não pensar com muita clareza. E na hora de crise não é o momento mais adequado de se tomar uma decisão. É comum em momentos de grandes dificuldades não se enxergar um fim, não existir esperança. Por mais difícil que seja, na hora da dor e quando o desejo de morte chegar, procurar ajuda pode ser uma boa escolha.