Saúde Mental

Depressão: estimulação magnética funciona?

Por Rafaela Monteiro 20/12/2013

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Estamos imersos em uma cultura do imediatismo. Cultura do fast food. Tudo é pra ontem, tudo muito rápido, tudo apressado. Ninguém sabe e nem quer esperar por nada, nunca! Queremos o prazer e a felicidade a todo momento, a todo custo. E a palavra “esperar” está cada vez mais saindo de cena.

 

A depressão 

Dentro dessa realidade encaixamos um tratamento para a depressão com estimulação magnética. Chegamos no lugar, estimulamos nossos cérebro com ondas magnéticas por alguns segundos e temos a promessa de melhora. Não desmerecendo os pesquisadores e boa intenção da ideia, mas a depressão e quase toda a doença vem nos dizer e sinalizar sobre algo que não está muito legal em nosso corpo/vida/mente. Algo está pedindo mudança, melhoria, e não é somente tomando um medicamento ou fazendo estimulações cerebrais que vamos resolver a questão. É claro que isso pode ajudar em determinados momentos, mas com acompanhamento de um bom trabalho psicoterapêutico.

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É difícil para as pessoas entenderem que a complexidade humana está para além das soluções mágicas com pílulas e outros artefatos que prometem mundos e fundos, as vezes sem você nem sair de casa. Não somos somente um emaranhado de células determinadas geneticamente a seguir essa ou aquela direção ao receber o sinal de um ou outro princípio ativo, podendo talvez mudar de direção conforme novos sinais. Não é tão fácil assim. Se fosse, tomaríamos um remédio pra tristeza, outro pra felicidade, outro para não chorar a dor de uma mágoa, outro para aquele incomodo com nosso marido, outro para a preocupação com nosso filho e por aí vai.

 

A vida

A vida é mais complicada que tudo isso, e por outro lado, é também mais fácil e mais saborosa quando a ela é permitido o contato real e verdadeiro com nossos reais sentimentos humanos, sejam eles considerados bons ou ruins. Essa é graça. E uma medida de sofrimento e frustração fazem parte do jogo, e até alimentam os jogadores. Não adianta querer não ter trabalho. Viver é um risco e dá certo trabalho. Porém, quando nos permitimos experimentar o que a vida tem pra nós, nos permitimos viver. E viver é muitas das vezes o melhor remédio, por mais clichê que essa frase possa parecer.