Clínica Geral

Entenda por que o crack causa tanta dependência

Por Redação Doutíssima 21/01/2014

O crack, droga derivada da cocaína, é ilícito na sociedade brasileira. Seu custo é muito mais baixo do que o de outras drogas pois sua fabricação é feita a base de menos produtos químicos. Sua criação ocorreu na década de 70, quando a cocaína começou a ser misturada com outros produtos. A produção do crack é feita com pasta-base de cocaína refinada, bicarbonato de sódio e água. Para que ela renda mais, substâncias são adicionadas à mistura, como cal, cimento, querosene, ácido sulfúrico, acetona, amônia e soda cáustica. Esta droga vem ganhando cada vez mais força no Brasil, atingindo todas as classes sociais. Ela é conhecida pelo seu alto poder de dependência. Entenda melhor o porquê:

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A dependência

As drogas, em geral, provocam no cérebro humano  a liberação de uma substância chamada dopamina, gerando uma sensação de prazer. Esta sensação de prazer faz com que o indivíduo repita tais comportamentos, pois este neurotransmissor causa euforia e prazer. As drogas ilícitas agem dessa forma, podendo proporcionar ao cérebro uma dependência, pois ele acaba por « acreditar » que todos os tipos de prazer são positivos. Porém, como acontece com a maioria das drogas ilícitas, poucos minutos depois de utilizar o crack os níveis de dopamina no corpo diminuem consideravelmente, o que faz o usuário se sentir deprimido.

O rápido efeito

O crack possui uma rápida indução dos seus efeitos: sua fumaça é absorvida no pulmão, passando imediatamente para a corrente sanguínea, chegando ao cérebro rapidamente através das artérias. A cocaína, por exemplo, demora aproximadamente 15 minutos para chegar ao cérebro. Já o crack leva de 8 a 15 segundos. Seu uso dilata as pupilas, aumenta a temperatura do corpo, a frequência cardíaca e a pressão arterial, causa agitação, irritabilidade, ansiedade, inibição da fome, alucinações e paranoia (delírios de perseguição). Antigos usuários de cocaína começaram a migrar para o crack por dois motivos: os efeitos das duas drogas são igualmente intensos, mas o crack não oferece riscos de contaminação pelo vírus HIV através do compartilhamento de seringas. Além da diferença do custo das duas drogas, é claro.

A duração reduzida dos efeitos

Quando uma pessoa começa a utilizar o crack, seu organismo e cérebro ainda não estão acostumados com seus efeitos, e a sensação e impacto de prazer são maiores e mais longos, durando de 5 a 15 minutos. Com o tempo, o cérebro passa a se acostumar com esses efeitos, exigindo doses maiores. Mesmo assim, seu efeito continuará curto. Vem daí a sua enorme dependência: o curto período de duração de prazer gerado pelo crack faz seu usuário utiliza-la diversas vezes em uma mesma situação. O usuário fica dependente do efeito de prazer da droga, usando-a com mais frequência e em doses cada vez maiores. Cada organismo humano reage de formas diferentes, mas existem relatos de vício e morte súbita após um único uso.