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Não deixe a canelite te derrubar

Por Mayara Pinheiro 29/01/2014

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Hoje venho falar um pouco mais sobre uma doença que afeta muito os corredores ou atletas em geral, mais conhecida como canelite.

O que é a canelite?

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É a  síndrome do estresse tical medial (SETM ), ou popularmente como é conhecida “canelite”. A canelite pode ser definida como uma inflamaçãodos tecidos moles da perna (canela) que causa dor, e é agravada pelo exercício.

As canelites podem dividir-se em canelites anteriores (as mais comuns), em que a dor se estende pela face anterior e lateral da perna, e em canelites posteriores, estendendo-se a dor pela face posterior e medial da perna até à região interna do tornozelo, e frequentemente ocorrem em ambas as pernas ao mesmo tempo.

Causas e sintomas

Esta síndrome é comum, causada por uso excessivo, em corredores e atletas de esportes que exijam muita corrida. Geralmente, calçados inadequados, pisos desiguais e com longos declives podem propiciar esse tipo de lesão, assim como o aumento abrupto no volume e/ou intensidade dos treinos. Os atletas com pisadas do tipo pronada e super pronada parecem fazer parte do grupo do risco para a síndrome. Se não for tratada precocemente pode gerar até mesmo uma fratura por estresse.

Mas também esta síndrome pode aparecer em:

  • Individuos que sofrem com a obesidade;
  • Alterações da arcada plantar;
  • O clima frio aumenta o risco desta lesão, pelo que é fundamental fazer um bom aquecimento antes do exercício;

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A dor tem carater progressivo, iniciando apenas durante os treinos e posteriormente tornando se constante, outros sinais ou sintomas como o edema, geralmente, não são visualizados.
Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica detalhada e exame da perna são geralmente suficientes para diagnosticar uma canelite. Um raio-X pode ser pedido para descartar a hipótese de uma fractura de stress da tíbia.

Tratamento:

O tratamento, numa fase aguda, em que existe dor significativa e sinais inflamatórios, consiste em:

  • Descanso: Evite fazer longas caminhadas e pare o desporto que provocou os sintomas durante 2 a 4 semanas. Poderá praticar desportos sem impacto ao solo, como natação ou ciclismo.
  • Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando umatoalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente. Pode repetir 2 a 3 vezes por dia.
  • Massagem suave para mobilização dos tecidos moles
  • Dieta equilibrada: dieta rica em proteínas, antioxidantes e ácidos gordos essenciais também pode acelerar a recuperação. Para atletas de alta-competição, durante a fase inicial de reabilitação em que o seu nível de actividade é bastante menor do que o habitual, a reposição hídrica e de fibrasé fundamental para promover o normal funcionamento intestinal.

Numa fase sub-aguda, em que já não se verificam sinais inflamatórios ou dor, deve ser retomada gradualmente a actividade desportiva.

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O tratamento em fisioterapia deve incluir:

  • Exercícios para melhorar a flexibilidade, força e equilíbrio muscular entre os músculos da perna.
  • Reeducação do gesto desportivo. Pode ser aconselhada a massagem com um cubo de gelo sobre a zona da lesão (3 a 5 minutos) depois das primeiras sessões de treino.
  • Fortalecimento excêntrico dos músculos da perna e treino proprioceptivo.
  • Aconselhamento sobre o calçado desportivo. É fundamental o calçado proporcionar um bom amortecimento do impacto ao solo e um suporte adequado da arcada plantar.

 

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Na maioria dos casos o tratamento conservador é suficiente, mas paracasos reincidentes o tratamento cirúrgico pode ser indicado. Na maior parte das vezes a cirurgia não resolve o problema na totalidade, mas pode melhorar significativamente os sintomas.