Impotência: o que elas sentem quando eles não conseguem?

Tema que por muito tempo foi tratado como um tabu tanto para os homens quanto para as mulheres, a impotência hoje é discutida na busca por solução para o problema.

Há décadas atrás, falar sobre este assunto era inimaginável. Mas, quem diria que um dia elas iriam cobrar e querer sexo e não seriam correspondidas por eles? A disfunção erétil atinge uma parcela considerável dos homens, principalmente se levarmos em consideração que alguns deles começam a ser afetados desde muito cedo.

“Ele tem outra!”. Esta é o primeiro pensamento que vem à cabeça feminina diante de um fracasso masculino na “hora H”. Para mulheres inseguras e ciumentas, acompanhar o parceiro com uma disfunção erétil é aterrorizante, pois ela vem acompanhada de um imaginário carregado de sensações de preterimento. Mesmo aquelas que estão seguras de que não estão sendo traídas de fato, se sentem indesejadas e questionam de forma mais insistente sobre o amor do parceiro diante de um caso de impotência.

Temos uma matemática simples: em algum momento da vida um homem vai falhar, sem motivo aparente, ou mesmo sem que haja algum problema. Somos seres humanos, uma hora a máquina não corresponde. Depois dos 40 anos de idade, a cada fração de dez anos, podemos estimar que o homem perde 10% de sua capacidade eretiva. Isso está ligado tanto ao tempo de resposta ao estímulo, quanto ao ângulo de ereção e também ao número de vezes em que ele não vai responder a um estímulo quando desejado.

O estresse pode causar impotência?

Sem dúvidas! Tensão, medo, ansiedade são situações que liberam adrenalina, que é uma inimiga do óxido nítrico, o responsável pelo relaxamento dos músculos que permite que os vasos se irriguem e tornem o pênis ereto. O estresse é, por muitas vezes, um sintoma oculto: pensamos não estar estressados, mas estamos. Sono irregular, ansiedade e outros sintomas orgânicos como diabetes, hipertensão e colesterol alto também podem influenciar no bom desempenho sexual masculino, o que pode evoluir para a impotência.

Na verdade, tenho percebido que homens muito jovens têm sofrido de disfunção erétil desde suas primeiras relações, sem nenhum problema orgânico aparente. O fato de a modernidade apresentar entre seus pré-requisitos de enquadramento social o sexo como símbolo de satisfação e felicidade, tem colocado uma pressão ainda maior nas pessoas. Turbinar as relações e fazer as mulheres ‘enlouquecerem na cama’ tem mexido com a cabeça de alguns homens.

Nem sempre homens que sofrem de disfunção eretiva estão traindo suas mulheres, e se estão, asseguro que eles devem falhar muito mais com a amante do que com a parceira. Não há relação entre essas duas coisas: traição e disfunção erétil.

Tratar de problemas sexuais como a impotência ainda é complicado para a maioria das pessoas. É doloroso para um homem assumir que precisa de ajuda e buscar um profissional capacitado para isto. Preferem ir à farmácia e comprar um medicamento como o viagra. Entretanto, quando se trata de disfunção erétil de origem psicológica, como por causa de um estresse intenso, isso não ajuda em nada.

No caso das mulheres, buscar cumplicidade e ajudar o parceiro muitas vezes é o melhor caminho a seguir. Ser cúmplice e entender que a impotência é um problema com solução, em muitos casos, é uma postura mais difícil de ser tomada do que achar que está sendo rejeitada e exigir funcionalidade. O melhor é sempre procurar a ajuda de um especialista para entender o que está realmente acontecendo e encontrar um tratamento adequado.