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O uso de cigarro eletrônico pode estar impulsionando a luta contra o tabagismo

Por Redação Doutíssima 13/03/2014

Mania entre os franceses, eles podem ter contribuído para a diminuição do consumo de cigarros convencionais, que vem apresentando queda significativa nas vendas 

cigarro eletrônico

É sem dúvida uma grande mania entre os franceses: deixar de fumar o cigarro convencional pelas tragadas em um ‘cigarette électronique’, ainda que seja somente em um momento ou outro do dia. Mas, segundo o Observatório Francês das Drogas e da Toxicodependência (OFDT), este fenômeno pode estar contribuindo também para a diminuição do consumo do tabaco, se mostrando até mais eficaz que os tratamentos convencionais.

Atualmente, aproximadamente 13 milhões de franceses fumam regularmente (mais de 20% da população). Mesmo com as diversas campanhas do governo e de instituições contra o tabagismo, além do reajuste recorrente dos preços e aumento dos impostos, o número de fumantes não apresentava queda.

Mas a situação parece começar a mudar. Um estudo apresentado pelo OFTD constatou que houve uma queda significativa na venda dos cigarros convencionais, que em 2013 chegou a recuar 6,2% em relação a 2012 (7,6% se consideradas somente as principais marcas de cigarro). Outra informação importante do observatório é que houve uma diminuição também no número de pessoas que buscam clínicas para parar de fumar: a média do ano passado foi de 13,2 novos pacientes por mês, contra 15,2 em 2012.

Cigarro eletrônico

cigarro eletrônicoDesde que começou a ser vendido na França, o cigarro eletrônico trouxe consigo um grande debate, principalmente sobre os riscos que ele poderia representar à saúde, por conter, além da nicotina, outras substâncias como conservantes, essências, etc. Médicos e demais pesquisadores começaram a estudar quais os efeitos o produto gerava e em qual proporção ele seria melhor ou pior que o cigarro convencional.

Alguns especialistas afirmam que o cigarro eletrônico não representa uma solução ao tabagismo, mas sim uma maneira de fingir que está parando de fumar, quando na verdade continua a ingerir a nicotina. Mas há quem acredite no contrário. Segundo Albert Hirsch, pulmonologista e diretor da Liga Nacional contra o Câncer, “pela primeira vez, com o cigarro eletrônico, temos uma ferramenta que leva a uma redução da exposição aos efeitos nocivos dos cigarros tradicionais e, portanto, a redução do risco”, afirmou.

Regulação do mercado

Tanto especialistas como o próprio governo alertam para a necessidade de que o mercado de cigarros eletrônicos seja regulamentado. Para isso, deve ser publicada ainda este mês uma diretiva da União Europeia, com base no acordo firmado entre os países do grupo ainda em dezembro do ano passado.

A Liga Nacional contra o Câncer defende que os cigarros eletrônicos sejam vendidos em estabelecimentos licenciados, para que possa haver um controle mais eficaz de sua distribuição. “Assim como o convencional, o cigarro eletrônico é também proibido para menores de idade e a publicidade em seu favor deve estar direcionada para reposição de nicotina para os já dependentes”, afirma Albert Hirsch, que declarou o receio de que se incentive os jovens não-fumantes a adotar o vício.

No Brasil, o cigarro eletrônico é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não possuindo registro pelo fato de que seus fabricantes (chineses e americanos) não apresentaram nenhum estudo sobre os produtos. O Brasil segue orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), contrária ao produto. No entanto, os cigarros eletrônicos são facilmente comprados pela internet, no mercado clandestino ou mesmo em viagens à Europa ou aos EUA, onda venda do produto é permitida, ainda que o produto não tenha sido submetido à aprovação.

 

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