Especialidades

Hormônio do amor: conheça os efeitos positivos e negativos do hormônio oxitocina

Por Redação Doutíssima 27/03/2014

oxitocinaVocê já ouviu falar da oxitocina? A oxitocina é um hormônio presente em mamíferos e que atua, principalmente, controlando as funções de neurotransmissores. Mas, no geral, esse hormônio também está relacionado a muitas outras funções e comportamentos do ser humano, como orgasmos, reconhecimento social, ansiedade, instintos maternais e até mesmo na união de pares românticos.

A oxitocina possui o apelido de “hormônio do amor” ou “aconchego químico” e isso se deve ao fato de que a presença do hormônio “no ar”, as pessoas ficam mais alegres e sociáveis. A popularidade da substância é tão grande que ela pode ser encontrada à venda na internet, para ser usada como se fosse um perfume.

 

O lado bom da oxitocina

A oxitocina foi descoberta no início do século 20. Desde então, estudos vêm provando que a molécula está diretamente relacionada à empatia, à moral e ao laço afetivo entre uma mãe e seu bebê, por exemplo. Nos últimos anos, descobriu-se ainda que a oxitocina é liberada durante o sexo e tem um papel preponderante na confiança e cooperação entre animais. Seu lado positivo levou a diversos testes clínicos para o uso farmacológico desse hormônio, como o tratamento da ansiedade e até da depressão.

No início dos anos 2000, o doutor em psicologia Markus Heinrich, da Universidade de Freiburg, na Alemanha, analisou o efeito da oxitocina e de placebos na interação social de voluntários. O resultado mostrou que, após cheirar o hormônio, as pessoas doavam mais dinheiro para caridade, podiam ler emoções com mais facilidade ao analisar as feições de alguém, se comunicavam de maneira mais construtiva durante discussões e passaram a considerar outras pessoas como mais confiáveis, atraentes e acessíveis.

 

oxitocinaO lado negro do hormônio do amor

Porém, novas pesquisas vêm engrossar o ainda pequeno número de evidências que apontam para um possível lado negro da oxitocina. Um estudo na Universidade de Haifa, em Israel, mostrou que esse hormônio pode intensificar sentimentos negativos, como a inveja e o gosto pelo sofrimento ou infelicidade alheia. Ao participar de jogos de apostas, por exemplo, os participantes que inalaram a oxitocina ficavam mais alegres quando derrotavam seus oponentes. Além disso, também se demonstravam mais invejosos ao perceberem uma virada no jogo.

Já um estudo da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, mostrou que hormônio pode causar sofrimento, como uma sensação aumentada de medo e de estresse. O estudo foi publicado no periódico Nature Neuroscience.

De acordo com os estudos, a oxitocina aparenta ser o motivo pelo qual situações estressantes, como sofrer bullying ou conviver com um chefe chato podem desencadear sentimentos ruins. O hormônio age fortalecendo a experiência social em uma área específica do cérebro. Em outras palavras, isso significa que se um acontecimento social é negativo ou estressante, o hormônio intensifica essa memória.

 

Especialistas continuam otimistas

Como o estresse social crônico é uma das principais causas de ansiedade e depressão, é importante conhecer esse lado do hormônio para aprofundar os estudos clínicos sobre seu uso terapêutico no controle da ansiedade. Entendendo o duplo funcionamento da oxitocina em desencadear e reduzir a ansiedade, dependendo do contexto social, será possível melhorar os tratamentos com esse hormônio.

 

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão DoutíssimaClique aqui para se cadastrar!

 

Saiba mais:

Conheça os 4 hormônios do ciclo menstrual

Veja alguns sintomas de que você sofre de ansiedade

4 passos mágicos para dominar a ansiedade

Realidade virtual ajuda a reduzir transtorno de ansiedade

Depressão: mal do século?

Os benefícios da modulação hormonal masculina e feminina

O que é a reposição hormonal