Dieta

Açúcar ou adoçante? Na hora de adoçar a boca, escolha o que se adequa melhor ao seu caso

Por Redação Doutíssima 14/04/2014

açúcar ou adoçante

Açúcar ou adoçante? Com certeza, não é a primeira vez que você escuta esta pergunta. Tanto um quanto outro têm vantagens e desvantagens, mas um deles deve se adequar melhor ao seu caso. Imagine uma situação relativamente comum: você trabalha num escritório, a maior parte do tempo, em frente ao computador. O seu trabalho exige um cérebro ativo e até aprecia um café. Bebe um de manhã, talvez outro depois do almoço. Se o dia estiver mais puxado, até pega mais um no meio da tarde. Prefere docinho, então, acrescenta açúcar. Como não tem muito tempo para pausas, é preferível ter umas bolachas à mão. É prático, simples e, como a concentração está toda na tela, o lanchinho vai diminuindo, sem que perceba.

A situação não é tão incomum, não é? E, assim, aos poucos, o açúcar no sangue vai se acumulando. Agora, junte a isso o peso da rotina e a dificuldade (a falta de tempo e de vontade) em fazer uma atividade física. Se acrescentar um refrigerante ao almoço, uma sobremesa ao jantar, caso tivesse a oportunidade de colocar num bule o açúcar consumido o dia todo, você dificilmente seria capaz de ingeri-lo completamente, sem enjoar. E, no entanto, ele já está no seu organismo e não foi gasto como se deve.

Doce sabor mas…

A nossa tendência para apreciar sabores mais doces não é de hoje. Ao longo da história da humanidade, fomos desenvolvendo essa propensão. O açúcar tem também o seu poder aditivo. Não é por acaso que a exploração da cana-de-açúcar se tornou rapidamente uma das maiores importações europeias, no tempo dos descobrimentos. Havia procura.

O que está em causa não é retirar completamente o açúcar da nossa dieta. Mas, sim, como nos explica a nutricionista Ana Teresa Ramos, “aprender a reintroduzi‐lo”. Existem vários tipos de açúcares, que têm origem em diferentes fontes. É o caso do amido (existente no arroz, batatas, massas), da frutose (fruta, mel) ou lactose (presente no leite), entre outros. Aqui, em particular, vamos falar da sacarose, que é o tipo presente nos doces, nos refrigerantes, chocolates e produtos de pastelaria. Falamos precisamente do tipo branco, refinado, saboroso, mas calórico.

A dietista Eduarda Alves explica que os açúcares constituem uma fonte de energia necessária ao organismo. Contudo, quando consumidos em excesso, contribuem para problemas diversos, como obesidade, cárie, hiperglicemia e até um maior risco de infecções. E se pensarmos no número de doenças cujo risco aumenta com a obesidade, por exemplo, concluímos que é um produto que, por mais saboroso que seja, pode ser prejudicial. Então, como proceder? É preciso escolher entre o açúcar ou adoçante, no dia a dia? Antes de mais nada, vamos abordar o outro lado da questão.

O que são adoçantes?

A nutricionista Ana Teresa Ramos explica que os adoçantes, ou edulcorantes, “são substâncias quimicamente diferentes dos açúcares, mas com poder adoçante muito superior ao da sacarose (o nosso açúcar de mesa comum) e que foram introduzidas no mercado por terem muito baixo ou mesmo nenhum valor calórico”. A especialista em nutrição acrescenta ainda que “são aditivos alimentares que podem ser usados individualmente ou misturados, conforme a durabilidade das suas características”.

Os adoçantes, no entanto, não são todos iguais. Atualmente, temos à nossa disposição adoçantes naturais e artificiais ou sintéticos. “Os naturais derivam exclusivamente de plantas ou alimentos de origem animal, os sintéticos, não necessariamente, e são obtidos por reações químicas”, afirma a nutricionista.

O grande benefício dos adoçantes é a isenção de calorias. No entanto, essa não é uma vantagem absoluta. Cada grama de açúcar de mesa refinado contém 4 calorias. Os adoçantes podem ser 30 a 8 mil vezes mais doces do que o açúcar e muitos deles contêm zero caloria por grama. Isto não significa, no entanto, que haja carta branca para consumi-los. Na verdade, uma das preocupações dos especialistas em nutrição é justamente o fato de não serem calóricos e levarem à ideia, errada, de que não é preciso cuidado nas quantidades. Mas é.

Naturalmente, os adoçantes que chegam ao mercado são sujeitos a estudos. Mas o consumo em excesso pode ocasionar alguns efeitos adversos na saúde. Em alguns casos, ainda é preciso ter mais certezas sobre os efeitos a longo prazo. E existem cuidados específicos: a sacarina não deve ser utilizada em bebidas ou sobremesas que contenham citrinos (limão, laranja etc.), o aspartame não deve ser colocado em bebidas muito quentes, pois o calor diminui a sua capacidade de adoçar.

Não é por acaso que a Organização Mundial de Saúde estabeleceu limites diários recomendados para cada tipo de adoçante artificial. Levando em conta a variedade existente, é importante que a pessoa consulte um especialista em nutrição antes de optar definitivamente pelo açúcar ou adoçante. Convém também lembrar que existe outra variedade de açúcar, o mascavo, mais saudável, que pode ser usado por exemplo com o café ou com o chá. Este não é refinado e é o primeiro tipo a ser extraído do suco da cana.

Açúcar ou adoçante? Aprenda a equilibrar

açúcar ou adoçante

Ana Teresa Ramos recorda as situações mais comuns em que é recomendável a substituição do açúcar pelo adoçante: “Nos casos de obesidade, diabetes, doença cardiovascular, hipertensão e de perda de peso”. Mas se a sua condição de saúde não requer cuidados específicos em relação ao açúcar ou adoçante, o melhor mesmo é administrar com cuidado a quantidade ingerida diariamente do primeiro. Até porque ele tem algum valor nutritivo, ao contrário do segundo.

Caso não queria abdicar do sabor mais doce dos seus alimentos, a nutricionista sugere uma “redução muito gradual e paulatina”. E Ana Teresa Ramos dá até um exemplo prático: “Por exemplo: para quem costuma pôr um pacote de açúcar no café, passar a colocar menos e manter assim durante algumas semanas. Depois, então, diminuir um pouco mais, e assim sucessivamente”.

A verdade é que o paladar do ser humano tem capacidade para se ajustar gradualmente a essas mudanças de sabor (inclusive, essa “transição” também é possível fazer com o sal). Dessa forma, você conseguirá não só preservar o seu gosto por certos alimentos e bebidas, como também manter a saúde.

No final, se você gosta de café e é capaz de seguir o exemplo dado pela nutricionista, vai habituar-se ao sabor ligeiramente amargo dessa bebida tão famosa. E, se por acaso, errar na quantidade e colocar mais açúcar do que o previsto, vai ver que o gosto muito doce talvez nem caia mais tão bem.

 

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