O glúten é uma proteína que está naturalmente presente em cereais como trigo, aveia, centeio, cevada, malte e seus derivados. Quando estes nutrientes não são absorvidos de forma apropriada pelo organismo, o glúten se torna um inimigo, desencadeando uma série de reações físicas. O problema mais comum é a diarreia crônica, que ocorre em cerca de 70% dos casos diagnosticados de intolerância ao glúten.

Dieta sem glúten é um desafio. Foto: Shutterstock
No entanto, as suas consequências à saúde podem ir além. A intolerância ao glúten também é responsável por desencadear a dermatite herpetiforme, uma doença crônica e de longa duração, que se caracteriza pelo surgimento de bolhas avermelhadas na pele, semelhantes à urticária, que coçam intensamente e causam a sensação de queimadura, mesmo quando ainda pequenas.
Em pouco tempo, as erupções evoluem para a formação de bolhas grandes e tensas. Em muitos casos, elas não chegam a ser encontradas, devido à intensa coceira. Isto porque, ao coçar, o indivíduo rompe as bolhas, deixando apenas feridas escoriadas e crostas. No entanto, a sensação de queimadura ou picada é diferente de uma coceira comum e pode ser sentida entre oito e 12 horas antes do aparecimento da lesão.
As lesões podem surgir em qualquer local da pele. Contudo, elas são mais frequentes nas superfícies extensoras dos cotovelos, joelhos, coxas, nádegas e no dorso do tronco, sendo que o rosto e a borda dos cabelos também podem ser alvos da dermatite herpetiforme. O interior da boca, por sua vez, raramente é afetado.
As lesões tendem a se agrupar e apresentar um aspecto semelhante às vesículas geradas pela herpes (sendo desta relação o nome dado a doença), mas não tem nenhuma relação com a patologia.
O que causa a dermatite herpetiforme
A possível causa da dermatite herpetiforme é a intolerância ao glúten, pois esta substância ativa o sistema imunológico e dá origem aos sintomas da doença, que acomete principalmente homens na fase adulta.
Em geral, ela não é acompanhada das manifestações intestinais da doença celíaca. Entretanto, pessoas que têm um membro da família com esta patologia têm maior risco de desenvolver também a dermatite, assim como apresentam maior tendência para o surgimento de distúrbios da tireoide.
Infecções ou estresse emocional podem desencadear lesões. Para se diagnosticar a dermatite herpetiforme, é preciso realizar uma biópsia de um pedaço de pele retirado próximo de uma lesão cutânea.
Tratamento
Uma dieta sem glúten pode ajudar a controlar a presença das erupções cutâneas. É importante que os pacientes com dermatite herpetiforme evitem alimentos como pães, bolos, biscoitos, massas, salgadinhos, leite maltado e outros produtos que contenham farinha de trigo, cevada, aveia e centeio.
Além da dieta, a doença deve ser tratada com medicamentos à base de sulfa (dapsona, sulfapiridina), usados por um longo período, podendo variar de meses para anos. As doses dependem de cada caso e devem ser determinadas pelo médico dermatologista.
Apesar de não haver uma cura conhecida para a doença, uma boa notícia: os pacientes com dermatite herpetiforme tem um aumento na expectativa de vida, devido à redução de doença cardíaca isquêmica.
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