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Síndrome de Dressler: saiba mais sobre a inflamação que pode surgir após o infarto

Por Redação Doutíssima 25/04/2014

É conhecida como Síndrome de Dressler uma inflamação que acomete o tecido que envolve o coração (pericárdio), podendo se manifestar em cerca de duas a quatro semanas após a ocorrência de um infarto.

Conforme a ciência médica, acredita-se que se trate de uma patologia autoimune, resultante de uma reação anormal do sistema imunológico do corpo humano, o qual lança anticorpos em reposta a uma lesão. Esta avaria pode ser resultado de um ataque cardíaco, de uma lesão traumática ou mesmo pode surgir em consequência de uma cirurgia cardíaca.

síndrome de dressler

Diagnóstico da Síndrome de Dressler considera o quadro clínico do paciente. Foto: Shutterstock

A Síndrome de Dressler também pode ocasionar a inflamação da membrana que envolve os pulmões, de forma a ocasionar o acúmulo de líquido no órgão. Com as recentes melhorias no tratamento de ataque cardíaco, a Síndrome de Dressler tem incidência menor do que anteriormente era registrado.  No entanto, uma vez que o paciente teve esta condição, ele não está livre de o quadro voltar a se manifestar em seu organismo.

Sintomas da Síndrome de Dressler

A Síndrome de Dressler também pode ser chamada de pós-pericardiotomia, síndrome pós-infarto do miocárdio e síndrome pós-lesão cardíaca. Esta doença apresenta uma série de sintomas comuns a outras patologias cardíacas. Por isso, nem sempre identificar a sua ocorrência é tarefa fácil.

Entre os sinais indicativos da patologia, pode ser citada a dor no peito, parecida com a dor ocasionada pelo infarto, mas que piora com a respiração, além da dificuldade respiratória, de fadiga, de febre e de mal-estar em geral.

O diagnóstico da Síndrome de Dressler é realizado com base no histórico e quadro clínico do paciente, juntamente com exames e testes, incluindo procedimentos como o eletrocardiograma, o ecocardiograma e, se necessário, um raio-X do tórax e exames de sangue.

Já para o tratamento desta doença, geralmente, o uso de medicamentos anti-inflamatórios é receitado pelo médico. Além deste tipo de fármaco, os corticóides se mostram necessários para diminuir os sintomas da doença.

Este tratamento se completa após uma a quatro semanas, mas pode não ser definitivo. Caso o procedimento inicial não seja eficaz e o médico identifique a presença de um derrame no tecido do coração, de forma a comprometer o funcionamento cardiopulmonar do paciente, é recomendada a realização de cirurgia.

Possíveis complicações

Embora raras, podem estar presentes duas complicações na Síndrome de Dressler: o tamponamento cardíaco e a pericardite constritiva. No primeiro caso, pode ocorrer um derrame pericárdico, resultando em um esforço a mais por parte do coração (devido à pressão sobre este órgão), reduzindo a sua capacidade de bombear sangue com eficiência para o organismo.

A segunda complicação surge quando a inflamação recorrente ou crônica do pericárdio deixa-o espesso ou com cicatrizes. Esta condição também faz com que o coração trabalhe mais intensamente e com menor eficiência.

As possíveis complicações devem ser tratadas, quando presentes, devendo ser realizada a drenagem do excesso de fluídos. Caso se identifique o comprometimento do tecido que envolve o coração, deve ser feita sua remoção – em procedimento chamado de pericadiectomia.

Geralmente, o coração é capaz de funcionar normalmente sem o pericárdio. A Síndrome de Dressler é uma doença que costuma ser autolimitada, com baixas taxas de complicações graves, porém, se diagnosticada, ela deve ser tratada com urgência.

 

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