Especialidades

Sopro no coração aparece em crianças e adultos: não se apavore com o diagnóstico – é mais comum do que você imagina

Por Redação Doutíssima 02/05/2014

Em um primeiro momento, o nome até pode assustar, mas o sopro no coração, na grande maioria dos casos, é inofensivo. Até mesmo quando pode vir a causar complicações, o que ocorre com pouca frequência, o seu tratamento cirúrgico é seguro e eficaz.

Cerca de 40% das crianças saudáveis apresentam sopro no coração sem nenhuma outra alteração no órgão, tendo um desenvolvimento físico absolutamente normal. Quando isto ocorre, o sopro é caracterizado como de ordem fisiológica, ou, mais popularmente, conhecido como sopro inocente.

O médico poderá detectar a presença da arritmia através da ausculta do coração. Foto: Shutterstock

O médico poderá detectar a presença da arritmia através da ausculta do coração. Foto: Shutterstock

Já quando é decorrente de alguma alteração na estrutura cardíaca do indivíduo, o sopro no coração é classificado como patológico. Neste caso, a deformidade pode ser tanto congênita quanto adquirida ao longo da vida.

O sopro patológico costuma surgir principalmente em adultos que foram acometidos por febre reumática durante a infância, visto que esta doença pode provocar lesões nas valvas cardíacas. Já quando ocorre em crianças, costuma ser decorrente de doenças congênitas.

O sopro no coração é um ruído produzido pela passagem do fluxo de sangue por meio das estruturas do coração. Em um coração normal, o sangue flui de modo contínuo pelas cavidades cardíacas em uma única direção.

Causas do sopro no coração

Habitualmente, o aparecimento dos sopros fisiológicos, que são mais comuns nas crianças, costuma ocorrer devido às desproporções entre os tamanhos das estruturas do coração e seus vasos. Em geral, o sopro desaparece espontaneamente com o crescimento da criança. Com isto, não há necessidade de acompanhamento e nem de tratamento quando o sopro é fisiológico, pois o coração, neste caso, funciona normalmente.

Quando o sopro no coração se apresenta de forma patológica, é preciso investigar sua origem. Além da febre reumática, ele pode ter sua causa associada a doenças degenerativas, que raramente se manifestam na infância. Exemplos disto são a coartação da aorta e a alteração da estrutura da valva aórtica, que provoca calcificação e estenose nessa valva, possibilitando o aparecimento do sopro no coração.

Os principais sintomas do sopro, quando patológico, são o cansaço, a falta de ar, taquicardia e tonturas. Dependendo da gravidade, pode gerar desmaios em decorrência da diminuição súbita do fluxo sanguíneo nos vasos da cabeça.

Tratamento

Geralmente, as características do som indicam que o sopro no coração é fisiológico. No entanto, há casos que exigem um diagnóstico diferencial que pode ser obtido por meio do ecocardiograma, exame que fornece detalhes da anatomia do coração e informações sobre suas características funcionais.

Na maioria das cardiopatias congênitas, o tratamento indicado é o cirúrgico. No entanto, quando o defeito é leve e sem grande repercussão para o coração, o procedimento não é indicado. Dependendo da gravidade, a cirurgia pode ser recomendada também para recém-nascidos.

Idade pré-escolar

Ao se deparar com o diagnóstico de sopro no coração no seu filho em idade pré-escolar, não se assuste demais, pois ele pode ser fisiológico e desaparecer espontaneamente. O mesmo acontece com pequenos sopros apresentados por recém-nascidos, que desaparecem em poucos dias após o nascimento.

Em caso de uma amidalite, siga o tratamento indicado pelo médico. Nunca suspenda o antibiótico antes do prazo estipulado pelo especialista, pois as amidalites podem ser a causa de febre reumática responsável por lesões valvares importantes.