Clínica Geral

Saiba tudo sobre a proteína p53 e da sua utilização na Medicina

Por Redação Doutíssima 16/06/2014

Você conhece a proteína p53? Trata-se de uma proteína citoplasmática, de massa molecular 53 kDa, sintetizada pela própria célula. As mutações somáticas no gene supressor tumoral p53 são encontradas em aproximadamente 50% de todos os tumores humanos. Isso faz dele o gene mais comumente alterado e também é motivo da grande importância da proteína p53 para a Medicina.

A proteína p53 na Medicina

A proteína p53 é importante na Medicina em, pelo menos, dois modos. Primeiro, a presença de mutações da proteína p53 em tumores, especialmente quando se refere à mama ou ao cólon, indica um câncer mais agressivo com menores perspectivas de sobrevivência. Em segundo lugar, a p53 é considerada importante na prevenção de tumores.

Alvo de estudos, proteína p53 é considerada importante na prevenção de tumores. Foto: Shutterstock

Alvo de estudos, proteína p53 é considerada importante na prevenção de tumores. Foto: Shutterstock

Em laboratório, experiências mostram que a inserção de um gene da proteína p53 normal em células tumoriais resulta numa significativa diminuição na tumorigênese. Ou seja, há indícios de que a inserção da proteína p53 normal nos tumores de pacientes com câncer, com enfoque de terapia genética, poderá tornar-se num tratamento efetivo do câncer.

A origem da proteína p53

A proteína p53 é codificada pelo cromossoma 17, e tem esse nome em consequência do seu peso molecular ser de 53 Kda. Sua principal função é a manutenção da integridade do código genético, resultando na manutenção da mesma sequência de nucleotídeos ao longo de toda a molécula de DNA – molécula esta cuja estrutura deve ser constante em todas as células do nosso corpo.

É durante o ciclo de divisão celular que a proteína p53 verifica possíveis ocorrências de uma mutação na sequência do código genético, que é uma consequência de um erro de replicação do DNA. Caso seja identificada a existência de uma mutação, compete à proteína p53, através de um conjunto de reações, ativar as proteínas de reparação de forma a repor o DNA ao seu estado normal.

Em casos onde há danos no DNA, caberá à proteína p53 impedir que a célula em questão entre em mitose e complete a divisão celular. Para este fim, uma de duas ações podem ser tomadas: induzir a morte da célula através da apoptose, ou impedir que esta se multiplique definitivamente, provocando senescência celular.

Entenda as mutações no gene p53

As mutações no gene p53 ocorrem em mais de 50 tipos diferentes de tumores, incluindo os de bexiga, cérebro, mamas, cérvice, cólon, esôfago, laringe, fígado, pulmão, ovário, pâncreas, próstata, pele, estômago e tireoide. As mutações deste gene são encontradas em cerca de 40% dos casos de câncer da mama, em 50% das ocorrências de câncer do pulmão e em 70% dos cânceres colorretais.

Como o gene RB, a proteína p53 codifica uma proteína nuclear fosforilada com propriedades de ligação ao DNA, agindo como um fator de transcrição e interagindo com vários outros genes. Recentemente, houve uma demonstração de como ativar um gene chamado WAF1 (também chamado p21), cujo produto proteico para o ciclo celular na fase G1, antes que ocorra a replicação do DNA.

Caso a proteína p53 esteja em mutação as células poderão replicar o DNA danificado. Além disso, o p53 está diretamente relacionado à morte programada (apoptose) de células anormais ou danificadas.

 

 

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