Clínica Geral

Tratamento do câncer: pesquisas apontam a proteína p53 como anticancerígena

Por Redação Doutíssima 22/06/2014

A cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia permitem, no melhor dos casos, de se livrar de um tumor. No entanto, quando ele começa a se espalhar pelo corpo, o câncer atinge sua fase mais perigosa e limita as possibilidades de recuperação.

Cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, isolaram nanopartículas que fazem o papel de patrulheiros no sangue, impedindo assim a migração de células cancerígenas. “Cerca de 90% das mortes por câncer estão relacionadas à metástase“, declarou o professor Michael King, responsável pela pesquisa.

proteína p53

 

O que é a proteína p53?

O p53 é um fator de transcrição que regula certas funções celulares importantes como a mitose ou a morte programada. O gene que codifica para a proteína p53 é inativado na metade dos cânceres humanos.

A proteína p53 é uma proteína codificada por um gene situado no cromossomo 17 que leva este nome porque seu peso molecular é de 53 Kda sendo a sua principal função a manutenção da integridade do código genético. Durante a divisão celular, a p53 verifica a existência de alguma mutação na sequência dos nucleotídeos do DNA o que teoricamente levaria a produção de tumores. Caso seja verificada a existência de uma alteração, a p53 corige a mutação ou induz a morte celular por apoptose, razão pela qual ele é conhecido por guardião do genoma e é classificado como um gene supressor de tumores. Mutações no gene p53 levando a sua disfunção são as alterações genéticas mais comumente encontradas nos casos de câncer em humanos, justificando o crescente número de estudos realizados para o seu melhor entendimento.

 

 

O câncer e a proteína p53

De acordo com os resultados da experiência, estas partículas esféricas são compostas pela proteína p53, batizada TRAIL. Quando estas “pérolas” são injetadas no sangue, elas complemetam os glóbulos brancos.

proteína p53“Neste momento, os glóbulos brancos se tornam verdadeiras máquinas de guerra anti-câncer”, diz o professor King, “se eles encontram uma célula cancerosa no caminho, ela morre dentro de algumas horas”. Na verdade, a proteína p53 desencadeia um processo de apoptose – ou suicídio celular, fazendo com que as células cancerosas se auto-destruam.

“O resultado é bastante notável, no sangue humano como nos ratos utilizados na pesquisa. Depois de duas horas da presença da proteína p53 nos vasos sanguíneos, as células tumorais foram literalmente se desintegradas.”

Para Michael King, estas nanopartículas podem ser úteis, antes de uma cirurgia ou radioterapia, para separar as células tumorais a partir do tumor primário.

No entanto, muitos testes ainda precisam ser feitos antes que possamos começar afirmar a eficácia do uso da proteína p53 em seres humanos. “Ainda há muito trabalho a fazer, e muitos avanços ainda são necessários antes que os pacientes podem se beneficiar.”

 

 

Entenda melhor o funcionamento da proteína p53:

 

 

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