Clínica Geral

Exoesqueleto: como a pesquisa brasileira revoluciona a ciência humana

Por Redação Doutíssima 01/07/2014

Se você assistiu à abertura da Copa do Mundo, provavelmente, despertou sua curiosidade uma demonstração ao lado do campo, na qual uma pessoa paraplégica, com uma espécie de armadura, chamada de exoesqueleto, deu o pontapé inicial do torneio.

Exoesqueleto é revolução da ciência

Se é verdade que havia expectativa de um maior destaque à invenção, é certo que o ato simboliza muito mais do que a simples inauguração de um grande campeonato: em realidade, o exoesqueleto é uma amostragem de como a pesquisa brasileira pode revolucionar a ciência humana.

Ciência trabalha para que paraplégicos possam realizar movimentos mais rápidos. Foto: Shutterstock

Ciência trabalha para que paraplégicos possam realizar movimentos mais rápidos. Foto: Shutterstock

Lançado no ano de 2011 e desenvolvido pelo cientista brasileiro Miguel Nicolelis, vinculado a Universidade de Duke, nos Estados Unidos, a criação do exoesqueleto, chamado BRA-Santos Dumont 1, faz parte do projeto Andar de Novo, e teve a mobilização de um grande número de cientistas: foram 156 ao total, de 25 distintas nacionalidades. Abaixo, conheça um pouco mais sobre o exoesqueleto brasileiro.

O que promete o exoesqueleto?

Em linhas gerais, pode-se dizer que o exoesqueleto promete às pessoas que tenham algum tipo de paralisia a possibilidade de voltar a andar. Parece ousado, mas alguns voluntários já o testaram e ele funcionou.

Como funciona o exoesqueleto?

Composto de metais leves, e acionado por princípios de mecânica hidráulica, a estrutura é conectada a uma touca com diversos eletrodos de eletroencefalograma (aqueles mesmos que colocamos na cabeça ao realizar exames neurológicos), que é colocada na pessoa que irá operá-la.

Assim, o exoesqueleto acaba recebendo espécie de ordens em tempo real: os comandos enviados pelo cérebro são transmitidos pelos eletrodos até um computador, que fica na parte traseira da estrutura. É aí que a vontade da pessoa é interpretada e transformada em uma “ordem” para a máquina, que, finalmente, executa o movimento.

Existe só o exoesqueleto brasileiro?

Não. Em outras partes do mundo, são desenvolvidos projetos de exoesqueleto semelhantes. O primeiro de que se tem notícia data de 1960, e foi desenvolvido pelo Pentágono, nos Estados Unidos – mas o objetivo era dar mais força aos soldados americanos, e não propriamente facilitar a vida das pessoas com algum tipo de paralisia.

O interesse da medicina quanto ao exoesqueleto foi despertado há pouco mais de dez anos. Desde então, diversos experimentos têm sido desenvolvidos, como o Hybrid Assistive Limb, de Yoshiuki Sankai, do Japão, e o ReWalk, do neurocientista e engenheiro de Israel Amit Goffer. Outros tipos são o Rex, de origem neozelandesa, o Nasa X1, dos Estados Unidos, e o H2, criado por uma equipe europeia de cientistas.

Quais os diferenciais do exoesqueleto brasileiro?

O grande diferencial do exoesqueleto brasileiro é que ele é capaz de dar aos usuários a efetiva sensação de que estão mesmo andando. Para isso, neles encontram-se diversos tipos de sensores, que transmitem as sensações de pressão, velocidade e temperatura, por exemplo.

Qual o atual foco da pesquisa do exoesqueleto?

Atualmente, os cientistas miram duas variáveis importantes: melhorar as estruturas, usualmente muito pesadas, para que elas possam realizar movimentos mais humanos e de modo mais rápido e, além disso, tornar mais efetiva a captação e o mapeamento dos sinais do cérebro, evitando eventuais falhas nesse processo, que é essencial para que o exoesqueleto funcione.

 

 

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