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Tudo sobre a febre reumática, doença que pode afetar o coração e cérebro

Por Redação Doutíssima 07/07/2014

Você sabe o que é febre reumática? A febre reumática corresponde a uma sequela de infecção na garganta que não foi tratada corretamente, causada pela bactéria Streptococcus. Conforme evolui, a febre reumática pode afetar o coração, o cérebro, as articulações e o tecido subcutâneo.

Febre reumática exige predisposição genética

A febre reumática não tem idade específica para acontecer, no entanto, costuma atingir crianças acima de 5 anos e adolescentes. É preciso ter predisposição genética para ser atingido pela febre reumática e, por isso, apenas cerca de 3% daqueles que têm infecção na garganta pelo Streptococcus apresentam a doença.

Febre-reumatica

Febre reumática compromete o organismo e não tem idade específica para ocorrer. Foto: Shutterstock

Sintomas da febre reumática

As principais manifestações da febre reumática resultam no comprometimento inflamatório de articulações, coração, sistema nervoso central e pele. Há ainda manifestações inespecíficas, como febre, indisposição ou palidez.

No entanto, os sintomas mais característicos correspondem à artrite, cardite, coreia, nódulos subcutâneos e eritema marginado. Outras manifestações também podem surgir, como hemorragia nasal, serosite (inflamações de pleura, peritônio, pericárdio), pneumonite, nefrite e encefalite. Conheça mais sobre as principais manifestações da febre reumática:

1. Artrite: trata-se de uma artrite migratória que atinge as grandes articulações, como joelhos, cotovelos, tornozelos e punhos, com os membros inferiores tipicamente envolvidos no início do quadro. Geralmente, é a manifestação mais precoce, presente em 60 a 80% dos casos.

2. Cardite: na febre reumática, o comprometimento cardíaco ocorre na forma de uma pancardite. Refere-se a uma inflamação do miocárdio, do pericárdio ou do endocárdio e diz respeito à manifestação mais significativa da febre reumática, pois pode causar danos permanentes no coração.

O que comumente se verifica é o paciente com taquicardia, sintomas de insuficiência cardíaca, arritmias e atrito pericárdico. No entanto, também pode ocorrer de forma assintomática, dificultando o diagnóstico. Em 50% dos casos, ocorrem lesões cardíacas.

3. Coreia de Sydenham: sinaliza um distúrbio do movimento como resultado da inflamação do sistema nervoso central, formado pelos gânglios da base e núcleo caudado, evidenciado em 15% dos pacientes. Proporciona movimentos involuntários, abruptos e descoordenados, principalmente na face ou extremidades. Mais frequente em meninas na idade escolar.

Estes movimentos se acentuam com os esforços e as emoções e são reduzidos ou desaparecem com o repouso e o sono. Geralmente, as crianças exibem disfunção psicológica, principalmente transtornos obsessivo-compulsivos, bem como aumento da labilidade emocional, ou seja, choro fácil, irritabilidade, agressividade e comportamento conflitante com a idade.

As crianças podem ter baixo rendimento escolar e também piora da caligrafia. Torna-se necessário sempre considerar a febre reumática entre os diagnósticos diferenciais em uma criança inclusa nos casos de coreia.

Consequências da febre reumática

As consequências mais comuns da febre reumática são as de referência cardíaca, que sucedem às crises agudas. Essas complicações podem resultar, principalmente, em lesões das válvulas mitral e aórtica, podendo se tornar muito fechadas (estenose) ou abertas (insuficiência).

As lesões valvulares reumáticas são as lesões cardíacas mais frequentes em jovens, correspondendo à causa de cerca de 40% das cirurgias cardíacas realizadas no Brasil.

Tratamento da febre reumática

O tratamento da febre reumática predispõe em a erradicação da bactéria com o uso de antibióticos, como a penicilina G Benzatina. Já as manifestações articulares, sem outras complicações, podem ser tratadas com aspirina ou antiflamatórios não hormonais.

Por sua vez, as manifestações cardíacas demandam o uso de corticoide. Já a coreia pode ser tratada com a administração do haloperidol ou o ácido valpróico, ambos com bons resultados.

 

 

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