Por detrás do casamento, são muitos os nossos anseios: constituir família, ter filhos, envelhecer ao lado de alguém. Mas existe uma finalidade maior, em relacionamentos humanos de qualquer ordem, que muitas vezes passa despercebida: a de nos tornarmos menos egoístas, individualistas e narcisistas, aprendendo a desenvolver o amor pelo outro.
Expectativa x realidade no casamento
Um relacionamento, para ser saudável, implica empatia e renúncia do egoísmo. Nosso estado individualista quer e usa inúmeros mecanismos para receber aquilo que supostamente precisamos – nesse caso, o amor e todos os ganhos secundários de uma relação, materiais ou emocionais, como segurança, aceitação, reconhecimento.
Em uma relação, esperamos a aceitação total, compreensão irrestrita, amor incondicional e satisfação sem limites. Vivemos uma busca ilusória de completude no outro. É nesse ponto que nos equivocamos completamente.
Ficamos esperando que nos ofereçam o que não desenvolvemos em nós. A busca de todo ser humano é a perfeição, a felicidade, e o amor é quem nos dá isso e nos preenche. Se andamos sempre à procura desse sentimento, criando expectativas demasiadas sobre o que o outro vai ou não nos dar, acabamos desenvolvendo dependência, possessividade e ciúmes. E, consequentemente, a frustração e impressão de rejeição ou abandono, quando não estamos satisfeitos.
Os relacionamentos e, sobretudo, o casamento nos proporcionam infindáveis oportunidades de viver esse sentimento empático e o aprimoramento pessoal. Quase todos os problemas vividos em uma união têm origem nessa postura autocentrada, oposta ao que deveria permear as relações humanas: solidariedade, altruísmo, respeito às diferenças e ampliação das similaridades.
O casamento vai além do que se assinou num contrato, da realização de sonhos pessoais, de desejos inconscientes: é uma oportunidade de aprimoramento para as almas imperfeitas. Já imaginou sua relação assim?
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