Saúde Mental

Bipolaridade exige tratamento e dedicação

Por Redação Doutíssima 04/12/2014

Se no passado a pessoa que mudava de humor rapidamente era taxada de instável, hoje já se sabe que ela pode ser uma possível vítima da bipolaridade. Transtorno psiquiátrico complexo, a bipolaridade é caracterizada pela oscilação súbita de estado de ânimo – ora o paciente demonstra euforia (fase maníaca), ora melancolia (estágio depressivo).

 

As causas da bipolaridade ainda são estudadas. O que se sabe até agora é que a doença não tem cura, mas pode – e precisa – ser controlada, já que as chances de suicídio são potencialmente altas.

 

Existem três tipos de transtorno bipolar conhecidos. O do tipo I, em que o indivíduo alterna pelo menos um episódio maníaco e períodos de depressão profunda. O II, em que a pessoa nunca apresenta episódios maníacos completos, mas momentos de grande energia e impulsividade, conjugados com episódios de depressão.

 

Uma terceira forma de transtorno bipolar é a ciclotimia, situação que envolve oscilações de humor menos graves. Pessoas com essa variação do distúrbio revezam períodos leves de mania e depressão.

bipolaridade

Oscilação de humor é o que mais caracteriza a doença. Foto: iStock, Getty Images

O tratamento da bipolaridade se dá por meio de medicamentos, psicoterapia e modificações no estilo de vida, entre eles o abandono de substâncias psicoativas (cafeína, anfetaminas e álcool). Hábitos saudáveis de alimentação, além de regularidade do sono e redução das taxas de estresse, também ajudam no controle da doença.

 

Psicoterapia no tratamento da bipolaridade

 

Os remédios empregados no controle da bipolaridade compreendem estabilizadores de humor e antidepressivos. Dependendo do tipo, da gravidade e do ritmo de evolução da enfermidade, a prescrição de medicamentos neurolépticos, antipsicóticos, anticonvulsivantes e ansiolíticos também pode ser recomendada.

 

O carbonato de lítio, um dos estabilizadores usualmente indicados, tem-se mostrado bastante útil na reversão de quadros agudos de euforia. A associação de lítio com antidepressivos e anticonvulsivantes tem demonstrado também grande eficácia na prevenção de recaídas.

 

A psicoterapia é mais um recurso disponível para o tratamento do transtorno bipolar. Seu propósito nestes casos é o de servir de suporte para o paciente suplantar as dificuldades inerentes à doença e contribuir para o afastamento de crises e, mais que tudo, promover a adesão à terapia medicamentosa, que precisa ser mantida por toda a vida.

 

Apoio contra a bipolaridade

 

A compreensão da família e dos amigos é fundamental para o sucesso das ações de controle do transtorno. Mostrar ao doente que ele tem apoio incentiva-o a seguir com o tratamento, ainda que esteja ciente de que a bipolaridade só pode mesmo ser mantida sob controle. Portanto, paciência e dedicação são qualidades exigida não apenas da pessoa com distúrbio bipolar, mas também de familiares e afins.

 

Em alguns pacientes, quando não há resposta ao remédio propostos, a terapia eletroconvulsiva (TEC) pode ser aplicada. Utilizando-se de uma corrente elétrica para causar rápida convulsão enquanto o paciente está anestesiado, a TEC é uma solução que tem se demonstrado eficaz.

 

Nessa mesma lógica, tem-se ainda a estimulação magnética transcraniana (EMT), tecnologia que direciona pulsos magnéticos de alta freqüência a áreas afetadas do cérebro. Trata-se do recurso mais usado depois da TEC. Em algumas situações, pacientes em meio a episódios maníacos ou depressivos podem ser hospitalizados até que humor volte a estabilizar.

 

 

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