Dica do Nutricionista

Casos de intolerância ao glúten podem surgir em qualquer idade

Por Redação Doutíssima 14/12/2014

Presente no trigo, centeio, aveia, cevada e malte, o glúten é uma proteína amplamente utilizada na composição de alimentos, medicamentos e bebidas industrializadas, assim como cosméticos e outros produtos não ingeríveis.

 

Só que algumas pessoas, em virtude de uma predisposição genética, apresentam uma intolerância permanente ao glúten. Chamada de doença celíaca, esta intolerância pode se manifestar em qualquer idade, mas geralmente é mais recorrente na infância.

 

glúten

Amplamente usada em vários alimentos, a proteína pode causar várias complicações. Foto: iStock, Getty Images

 

Glúten pode agredir intestino

 

Quando os celíacos consomem alimentos com glúten, a substância agride as vilosidades do intestino delgado, impedindo assim que ocorra uma digestão normal.

 

Isto se dá em virtude de uma substância presente no glúten: a prolamina. Ela cria uma película em volta da parede do intestino, sendo a responsável pela reação no organismo que causa a má absorção intestinal de todos os nutrientes dos alimentos ingeridos, podendo produzir sintomas da doença.

 

Quem sofre de intolerância ao glúten pode apresentar vários graus de inflamação intestinal e de atrofiamento das vilosidades.

 

A doença celíaca pode surgir ou se manifestar em qualquer idade. No entanto, quando se manifesta nas crianças, costumar aparecer logo após ela iniciar o consumo de cereais com glúten em sua alimentação, levando até a ocorrência de deficiências durante o seu desenvolvimento.

 

Os sintomas se manifestam em diversas graduações, variando conforme o nível de intolerância da pessoa. Geralmente, a diarreia ocorre em proporção significativa nos pacientes, mostrando-se um quadro crônico. Assim sendo, costuma ter uma duração que vai de três a quatro semanas.

 

Além do quadro crônico de diarreia, a intolerância tem como principais sintomas a perda de peso, anemia, fraqueza, barriga inchada, irritação na pele, gases, enxaquecas e, no caso das crianças, atraso no crescimento.

 

Por serem sintomas semelhantes a de outras doenças, o seu diagnóstico acaba sendo mais difícil. Em virtude disto, na suspeita de doença celíaca, o mais indicado é realizar exames de sangue, seguido de uma biópsia do intestino delgado.

Intolerância ao glúten provoca irritabilidade

 

Outros sintomas também podem surgir como irritabilidade, constipação intestinal crônica, manchas no esmalte dos dentes e abortos de repetição. Ainda há registro de pessoas com anemia ou osteoporose precoce, sem nenhum outro sintoma.

 

Diante deste quadro, o indicado é investigar se há doença celíaca, que pode estar prejudicando a absorção de ferro e de cálcio no organismo.

 

A intolerância ao glúten pode permanecer com sintomas mínimos e ocasionais durante longos períodos da vida, sendo que bem antes destas manifestações clínicas mais visíveis da doença, algumas pessoas podem se queixar de várias dificuldades inespecíficas, por exemplo, desconforto abdominal, flatulência, aftas bucais e, paradoxalmente, constipação.

 

Não há cura para a doença celíaca e não existem medicamentos capazes de controlar o problema. Assim sendo, o único tratamento para a doença é a dieta isenta de glúten, pois com a exclusão total da substância na alimentação, os sintomas desaparecem e a mucosa intestinal se recupera em até dois anos.

 

Evite consumir por toda a vida alimentos que contenham glúten como pães, cereais, bolos, pizzas e outros produtos alimentícios, ou aditivos, que contenham trigo, centeio, aveia e cevada.

 

Apesar da dieta sem glúten parecer extremamente difícil a princípio, é possível substituir as farinhas por fécula de batata, farinha de milho, amido de milho, polvilho doce ou azedo, farinha ou creme de arroz, farinha de araruta ou fubá.

 

 

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