Saúde

Lúpus: saiba tudo sobre a doença autoimune e que afeta principalmente mulheres

Por Redação Doutíssima 17/12/2014

Doença rara e grave, de causa ainda desconhecida, o chamado Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma inflamação autoimune crônica, não-contagiosa e que não tem cura, mas que pode ser controlada com tratamentos e medicamentos adequados. afeta mais mulheres que homem e exige cuidados essenciais para facilitar a vida de quem é acometido pela inflamação.

 

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Dores nas articulações e manchas na pele estão entre os sintomas de lúpus. Foto: Shutterstock

 

Classificada pelos médicos como rara e grave, o lúpus é chamado de doença autoimune justamente porque o sistema imunológico, aquele que  normalmente protege o nosso corpo, vira-se contra si próprio e o ataca, provocando inflamação e alteração das funções dos anticorpos.

 

Entenda como age o lúpus no organismo

 

A doença é caracterizada pela formação de autoanticorpos, , através da participação do sistema imunológico, que podem agredir o organismo através de inflamação de múltiplos órgãos e sistemas vitais do corpo humano Ainda não há cura para o lúpus, o que torna ainda mais importante conhecer como a doença se manifesta.

 

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Em doenças autoimunes como lúpus, os anticorpos atacam em fez de defender. Foto: Shutterstock

 

 

Pesquisas em medicina têm avançado na busca de um tratamento efetivo, mas ainda não existem medicamentos específicos para o lúpus. Convém, então, ficar atento aos sintomas e procurar os tratamentos hoje disponíveis. Mais de 90% dos lúpicos – como são chamados os pacientes com lúpus – apresentam artrite, por este motivo o profissional com competência para diagnosticar e tratar o lúpus é o reumatologista.

 

Casos de lúpus são mais frequentes em mulheres

 

A doença é mais frequente em mulheres na época do período fértil que compreende, teoricamente , a fase entre a primeira e a última menstruação. Estima-se que 90% dos casos de lúpus ocorram em mulheres que ainda menstruam. Porém, quando avaliados os períodos da pré e pós menopausa femininos, os números de casos entre homens e mulheres ficam mais próximos.

 

 

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Reumatite causada por lúpus, doença mais comum em mulheres. Foto: Shutterstock

 

Embora a maioria dos lúpicos sejam atingidos nas articulações, a artrite lúpica é um pouquinho diferente da artrite reumatóide pura. Mas em ambos os casos o paciente sente dor, podendo apresentar ou não inchaços nas juntas. A pessoa pode sentir dor e rigidez matinal e a principal diferença é que a artrite lúpica em geral não causa deformações permanentes.

 

As causas do lúpus ainda são desconhecidas

 

Embora não se conheça a causa, fatores genéticos, hormonais (estrógenos), ambientais (luz solar, medicamentos, infecções), estão associados ao desenvolvimento do lúpus. O peso de cada um desses fatores difere de paciente para paciente.

 

Com relação aos fatores desencadeantes do lúpus, ou que exacerbam uma doença inativa, destacam-se a irradiação ultravioleta (solar e, em menor intensidade, das luzes brancas artificiais). Alguns pacientes podem também apresentar um quadro de lúpus Induzido por medicamentos (hidralazina, isoniazida, sulfas e outros menos comuns). É o chamado lúpus induzido por drogas.

 

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Reumatologista é o médico mais indicado para tratar e diagnosticar o lúpus. Foto: Shutterstock

 

 

Ainda as infecções virais podem estar implicadas no desencadeamento da doença, embora seja um fator até o momento não muito bem esclarecido. O mesmo se aplica ao estresse emocional. Não há evidências de que a causa do lúpus seja psicossomática ou de outra natureza externa. A causa é desconhecida. É claro que o estresse psíquico de qualquer natureza pode piorar a doença, mas este conceito vale para todas as doenças crônicas.
Cuidados de um lúpico com alimentação.

 

Não há também alimento específico que esteja ligado ao desenvolvimento da doença, no entanto uma dieta voltada às condições associadas como, por exemplo, o aumento do colesterol, hipertensão arterial e diabetes, tem um papel fundamental no tratamento. O álcool e o fumo devem ser proibidos para quem tem lúpus. Sabe-se, por exemplo, que pacientes que fumam respondem pior ao tratamento (principalmente da pele).

 

Como identificar o lúpus

 

O lúpus se caracteriza pela formação de anticorpos contra várias proteínas celulares (autoanticorpos), causando inflamação dos pequenos vasos (vasculite) e consequente lesão desses locais. Vários tecidos e órgãos podem ser acometidos, nas combinações mais variadas. É por isso que a pela costuma ficar manchada, como se fossem hematomas.

 

É comum no lúpus manchas na região do rosto, pegando parte do nariz, mação do rosto e bochechas, que ficam púrpuras ou avermelhadas. A palavra lúpus significa lobo em latim, mas o símbolo escolhido para representar a doença é a borboleta, justamente por causa da lesão em forma de borboleta que marca o rosto quando a doença entra em atividade.

 

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Quem tem lúpus deve evitar sal e usar somente temperos naturais. Foto: Shutterstock

 

Os principais sintomas do lúpus

 

Alguns pacientes apresentam quadros mais leves (somente envolvimento da pele, por exemplo) e outros podem apresentar quadros mais graves, com o comprometimento de órgãos importantes (rim e cérebro, por exemplo).
Os sintomas do lúpus podem surgir de repente, se desenvolver lentamente, serem moderados ou graves, temporários ou permamentes e variam de acordo com as partes do corpo que foram afetadas pela doença. Entre os principais sinais encontram-se:

 

• confusão mental e perda de memória;
• dificuldade de respirar;
• dor ao inspirar profundamente;
• rigidez muscular. inchaços;
• sensibilidade à luz do sol;
• dor nas articulações;
• irritação cutânea;
• fadiga;
• febre;
• dor de cabeça;
• linfonodos aumentados;
• queda de cabelo;
• feridas na boca;
• desconforto geral;
• ansiedade e mal estar.

 

 Tratamento de lúpus inclui corticoides

 

O tratamento de primeira escolha pra maioria de casos de lúpus e de outras doenças autoimunes inclui o uso de corticoides por via oral ou por pulsoterapia (infusão, endovenoso). Quem toma corticoides sofre com retenção de líquidos e hipertensão.

 

Veja algumas dicas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Hipertensão, mas que podem ser indicadas aos lúpicos:

 

• use o mínimo de sal no preparo dos alimentos, substituindo-o por temperos naturais como alho, salsinha, cebola, orégano, hortelã, limão, manjericão, gengibre, coentro e cominho;
• evite temperos industrializados como ketchup, mostarda, molho de soja e caldos concentrados. E atenção para o aditivo glutamato monossódico, utilizado em alguns condimentos e nas sopas de pacote;
• uidado com o consumo de conservas como picles, azeitona, aspargo, patês e palmito, enlatados, alimentos conservados em sal e salgadinhos;
• evite carnes salgadas como bacalhau, charque, carne-seca e defumados;
• nunca tenha um saleiro à mesa;

 

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Agravado pela exposição a raios ultravioletas, o lúpus exige que se use sempre bloqueador solar. Foto: Shutterstock

 

Exames que confirmam o lúpus

 

Embora os sintomas sejam importantes indícios para se diagnosticar o lúpus, a recomendação é que se confirme a doença através de exames laboratorias, especialmente os de sangue, como a pesquisa de autoanticorpos. Exames radiológicos também são recomendados para aavaliar lesões em órgão e articulações.
Dores, intolerância à luz e agravamento da doença devio à exposição ao sol acaba por exigir alguns cuidados extras.

 

Portanto, quem tem lúpus também deve procurar ter sempre à mão:

 

• agasalho
• gorro
• creme ou pomada para dor articular
• protetor solar
• caixa de remédios
• analgésico forte
• doces
• óculos escuros
• sombrinha

 

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