Clínica Geral

Diabetes Mellitus tipo 2: conheça os novos tratamentos

Por Redação Doutíssima 30/12/2014

O diabetes é considerado uma epidemia mundial, e, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (ONS), o número de portadores da doença em todo o mundo nos próximos 10 anos pode chegar a 350 milhões. O diabetes mellitus é uma doença do metabolismo da glicose (açúcar presente no sangue) que  interfere na maneira como o organismo transforma a glicose em energia para ser aproveitada pelo corpo.

 

diabetes

O diabetes é considerado uma epidemia mundial

 

 

A doença é causada pela falta ou dificuldade na ação insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas e que tem como função justamente quebrar as moléculas de glicose a fim de que sejam aproveitadas por todas as células do organismo. Os tipos mais comuns do diabetes mellitus são os do tipo 1 e 2.

 

 

Os tipos do diabetes

 

 

O diabetes mellitus do tipo 1, também conhecido como diabetes juvenil ou autoimune, ocorre por uma deficiência no pâncreas que deixa de produzir insulina suficiente fazendo com que as células sofram um tipo de autodestruição. O diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância ou na adolescência, exigindo que o paciente utilize insulina diariamente para adequar os níveis de glicose no sangue.

 

 

Já no tipo 2, a doença ocorre principalmente na idade adulta quando o organismo desenvolve resistência à insulina produzida ou mesmo passa a ter deficiência em sua secreção. Geralmente esse tipo do diabetes acontece devido a uma dieta irregular e prejudicial, com excesso de refrigerantes, açucares, carboidratos, alimentos industrializados e ricos em gordura. Estresse e vida sedentária também podem ser responsáveis pelo surgimento da doença.

 

 

diabetes alarme

O controle do diabetes é essencial para uma vida saudável

 

O uso do hormônio GLP-1 no tratamento do diabetes mellitus tipo 2

 

 

O endocrinologista Mateus Dornelles explica que o GLP-1 é um hormônio produzido no intestino em resposta aos nutrientes da nossa alimentação.  O GLP-1 exerce uma série de funções no nosso organismo, entre elas está ajudar o pâncreas a regular os níveis de glicose (açúcar no sangue) e fazer com que o estômago se esvazie mais lentamente e diminuir o apetite. “Os pacientes com diabetes tipo 2 têm níveis mais baixos de GLP-1, sendo este o motivo do desenvolvimento de remédios baseados nesta substância”, esclarece o médico.

 

 

 Os remédios baseados no GLP-1 estão divididos em duas classes:

 

– Agonistas do GLP-1: são medicamentos injetáveis que imitam a função do GLP-1 no nosso organismo. Estão disponíveis no mercado o exenatide (Byetta), o liraglutide (Victoza) e o lixisenatide (Lyxumia).

 

 

– Inibidores do DPP-IV (gliptinas): são medicamentos usados por via oral (comprimidos) que fazem o GLP-1 produzido por nosso organismo durar mais tempo. No mercado brasileiro estão disponíveis a vildagliptina (Galvus), a sitagliptina (Januvia), a saxagliptina (Onglyza) e a linagliptina (Trayenta).

 

 

Medicamentos à base de hormônio GLP-1 podem ser eficientes no combate ao diabete mellitus tipo 2

Medicamentos à base de hormônio GLP-1 podem ser eficientes no combate ao diabete mellitus tipo 2

 

 

Quais as vantagens dos tratamentos por GLP-1?

 

 

A principal vantagem desses medicamentos é que não aumentam as gliptinas, essenciais para o controle da glicemia e ajudam a perder peso (exenatide, lixisenatide e liraglutide). Além disso, as gliptinas são mais uma opção de tratamento via oral.

 

 

 Quais as desvantagens do GLP-1?

 

 

Como são remédios relativamente novos, dados de eficácia e efeitos sobre a prevenção das complicações do diabetes como a cegueira, amputações, insuficiência renal crônica, infarto do miocárdio, entre outros, ainda não são comprovados. Segundo o Dr. Mateus Dornelles, dados sobre se o remédio causa potenciais efeitos adversos graves a médio e longo prazo ainda não estão disponíveis. “O que se sabe até agora é que estes medicamentos baixam a glicose e tem efeito positivo sobre o peso em curto prazo, a partir de estudos de curta duração”, explica o endocrinologista.

 

 

Apesar do curto período de tempo que estão disponíveis no mercado, já existem relatos de possíveis efeitos adversos graves com esses medicamentos, entre eles pancreatite e insuficiência cardíaca. Outra desvantagem é o custo elevado do tratamento que varia de R$ 100,00 (gliptinas) até mais de R$ 1.000,00 (dose máxima de liraglutide).

 

 

Atenção!

 

Você que é diabético, antes de começar algum tratamento baseado no GLP-1, discuta com seu endocrinologista os benefícios, possíveis riscos e custos. O diabetes é uma doença crônica, ou seja, não tem cura, e irá te acompanhar para o resto da vida. Logo, o tratamento mais próximo ao ideal deve ter benefício comprovado (não só reduzir a glicose, mas também reduzir complicações), ser seguro (não causar efeitos adversos graves) e de custo acessível (remédios caros dificultam a adesão ao tratamento e não são necessariamente melhores).

 

 

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