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Gêmeos siameses: Como é a cirurgia de separação

Por Redação Doutíssima 24/01/2015

O nascimento de bebês que tem partes do corpo coligadas ainda é um mistério para a medicina. Porém, se sabe que, durante a formação do embrião, ocorre uma anomalia justamente no processo de divisão celular. Essa resulta na união dos bebês. Estima-se que, a cada 100 mil nascimentos, um seja de gêmeos siameses.

 

gêmeos siameses

A incidência de gêmeos siameses é um a cada 100 mil nascimentos. Foto: iStock, Getty Images

A expressão siameses surgiu com os irmãos Chang e Eng Burker, que nasceram em 1811, na região de Sião, hoje território da Tailândia.

Os gêmeos coligados são classificados também pelo grau comprometimento dos órgãos que os une. Os cefalópagos são gêmeos ligados pela cabeça. Os dicéfalos são unidos pelo corpo, mas com cabeças separadas, e os Raquípagos são unidos pelas costas.

Cirurgia para separar gêmeos siameses

 

Quando os gêmeos siameses compartilham o mesmo cérebro ou coração, por exemplo, a cirurgia se torna inviável. O processo de separação é muito complexo e sempre envolve risco de morte. Em outros casos, não é possível a cirurgia. Isso porque os gêmeos siameses apresentam malformações internas.

A cirurgia é recomendada quando a equipe médica afirma, após uma avaliação completa, que os gêmeos conseguem sobreviver separados. Os que são unidos pela cabeça têm uma possibilidade maior de cirurgia.

Problemas de saúde dos gêmeos siameses

 

Em alguns casos, os gêmeos siameses dividem até mesmo problemas de saúde, como cardíacos e do sistema nervoso, por exemplo. Um caso que deixa evidente as dificuldades dessas pessoas é o das irmãs siamesas Abigail e Brittany Hensel, de Minessota, nos EUA.

Elas estão ligadas pelo sistema nervoso, ou seja, quando alguém acaricia uma das irmãs, a outra também sente o toque.

Convivendo com o problema

 

Como em muitos casos não é possível realizar a cirurgia, os gêmeos têm que aprender a conviver de maneira pacífica. As irmãs Hensel, além de serem unidas pelo sistema nervoso, elas compartilham o intestino, sistema reprodutor, e cada uma opera apenas um dos braços e uma das pernas.

Mesmo com personalidades diferentes, elas encontraram uma maneira de resolver os atritos, na medida do possível. As Hensel fazem de tudo para levar uma vida normal: viajam nas férias, praticam esportes, dirigem e saem com os amigos.

Superando as adversidades impostas pelas suas limitações físicas, elas ainda formaram-se na Universidade de Bethel e hoje estão no mercado de trabalho como professoras.

Esse caso das irmãs Hensel mostra que, quando não é possível realizar a cirurgia, ainda há uma vida a seguir, mesmo que com algumas dificuldades.

A vida dos gêmeos siameses não é fácil, mas se torna possível com adaptação e força de vontade. O importante é que a família dê apoio a essas pessoas não só quando a cirurgia se torna inviável.

O acompanhamento, por uma equipe composta por profissionais de diversas áreas, é necessário mesmo quando a cirurgia não acontece. Isso possibilita que seja detectada qualquer alteração no quadro clínico.