As peculiaridades da educação das crianças francesas não eram assim, tão conhecidas, antes do livro: Crianças francesas não fazem manha, da jornalista americana Pamela Druckerman, de 42 anos, que, depois de conhecer o colunista esportivo inglês Simon Kuper, mudou-se com ele para Paris em 2004.
Na capital francesa, ela tornou-se mãe e dona-de-casa, e foi neste cenário francês, que descobriu que não estava cumprindo bem sua tarefa. Quando engravidou, engordou mais que suas vizinhas francesas grávidas. Depois do parto, teve noites mal dormidas, e suas vizinhas descansavam serenamente.
O tempo foi passando e, enquanto sofria com as crises de birra da filha em público, assistia as crianças francesas se portando como gente grande. Mas afinal, o que havia de errado com a sua postura em relação à das francesas que, definitivamente, não tinham problemas com os filhos?
Crianças francesas se comportam
Depois de investigar o motivo pelo qual os franceses conseguiam criar filhos tão bem comportados, Pámela lançou o best-seller Bringing up Bébé, lançado em vinte países e que acaba de chegar às livrarias brasileiras com o título Crianças Francesas Não Fazem Manha.
No livro, a autora – que já teve mais uma menina e dois meninos que comem queijos e verduras como parisienses -, orienta os pais sobre a criação das crianças, a partir da comparação entre o que fazem as famílias americanas e como se portam as famílias em relação às crianças francesas.
Nesta análise comparativa da educação de crianças francesas e crianças americanas, a autora aponta que os franceses têm uma visão pessimista da vida, e que é estimulada nas escolas, na literatura, no cinema e nas artes. Segundo ela, para eles – os franceses – os problemas são imutáveis.
Os americanos são mais positivos e esperançosos. Acreditam que podem tudo. É aí que a autora considera que precisou de uma compensação para os filhos, que além dos bons modos franceses à mesa, precisavam também aprender a acreditar no final feliz.
Crianças francesas mais perto dos pais
Ela também analisou as atividades dos filhos. Em Paris, as crianças estudam em escolas públicas, têm aulas de música e praticam esportes. Se comparar com as crianças americanas, teriam muito mais atividades. Segundo Pámela, a agenda lotada deixa as crianças americanas mais afastadas do convívio com os pais, diferentemente das crianças francesas.
As crianças francesas brincam sozinhas, têm seus espaços específicos e aprendem a respeitar o espaço social. Os pais, assim como todos os pais do mundo, se preocupam com seu futuro. A diferença é que os pais das crianças francesas respeitam mais cada fase da infância, sem antecipar as coisas.
E quando o assunto é dizer não a uma criança, a autora define os pais franceses como pessoas que entendem que sentir raiva e se frustrar faz parte da vida. Segundo ela, eles conversam com os filhos, mas são firmes e não se sentem culpados porque sabem que é melhor para a criança.
As crianças francesas, segundo Pamela, aprendem a ter prazer com as coisas do dia-a-dia, como, por exemplo, a participação efetiva na elaboração de um jantar, ou adormecer sozinha, sem o colo imediato – como seria a ação de uma mãe americana ao primeiro choramingo do filho -, numa demonstração de um modo de vida mais relaxado.
Como dizem os franceses: joie de vivre.
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