Clínica Geral

Queloide: pesquisa sugere nova terapia para tratar cicatrização

Por Redação Doutíssima 30/03/2015

Você possui queloide na pele e procura soluções para melhorar a aparência? Esse é o nome dado ao processo de cicatrização benigno, por vezes doloroso e não contagioso, em que ocorre uma alta produção de colágeno e acúmulo de fibras.

 

Nele, a cicatriz fica mais elevada do que o normal e apresenta formato irregular. Também é possível observar, na região da lesão, o aspecto endurecido e coloração vermelha, rosada ou escura.

 

Essa elevação na pele é mais frequente nas regiões do peito, ombros e orelhas após a perfuração para colocação de piercings, brincos e acidentes, como queimaduras. Também é mais comum em pessoas de pele negra, mas pode atingir qualquer pessoa independentemente da cor da pele.

queloide

Algumas pessoas apresentam elevação e endurecimento da pele ao cicatrizar. Foto: iStock, Getty Images

Como é o tratamento para queloide

Mesmo gerando somente um desconforto estético, na maioria das vezes, os tratamentos disponíveis para queloide não se mostram tão eficazes.

 

Entre os tratamentos utilizados, estão a radioterapia, injeções de corticoide, betaterapia (uso de raios beta), laser e cremes. Esses métodos, normalmente, são usados em conjunto e sua eficácia depende indivíduo.

Em alguns casos, a intervenção cirúrgica no tecido queloidal é indicada, mas esse procedimento deve ser tomado com cautela, já que o problema pode voltar de forma ainda mais significativa. As chances de isso ocorrer são grandes.

Pesquisa traz novidades

Uma nova pesquisa desenvolvida por cientistas norte-americanos do  Hospital Henry Ford, em Detroit, descobriu que ao interferir no gene AHNAK, seria possível evitar a falha no processo de cicatrização. Assim, o problema de hipercicatrização causado pelo queloide seria solucionado definitivamente com uma terapia genética.

A equipe de cientistas liderada por Lamont Jones, vice-presidente do Departamento de Cirurgia Pescoço, Cabeça e Otorrinolaringologia do Hospital, é a primeira a evidenciar o quanto o papel desse gene é importante no desenvolvimento ou não do queloide, já que essa falha na cicatrização se dá por uma predisposição genética.

Segundo a equipe de pesquisadores, a compreensão de como esse gene atua no processo de cicatrização é muito importante para a prevenção de cicatrizes de maneira geral, além de essencial para a busca de tratamentos inovadores e mais eficazes para esse tipo de lesão.

A terapia genética ainda não é uma realidade no meio clínico, mas a pesquisa realizada por Jones e sua equipe aponta para uma direção na qual o problema de hipercicatrização pode ser resolvido definitivamente.

O gene AHNAK, em outros estudos, já havia sido associado à adesão de células. Porém, para o seu estudo, Jones o investigou como um possível biomarcador de queloide. A equipe de cientistas examinou amostras de tecido queloidal e normal para a expressão do gene.

Observando as amostras e realizando comparações entre elas, identificou que três das cinco amostras de tecido queloidal tiveram uma grande redução na expressão do gene, quando comparadas às amostras de tecido normal.

Queloide não é cicatriz hipertrófica

A cicatriz hipertrófica reage bem aos tratamentos e pode ser completamente erradicada, deixando apenas um pequeno sinal no local onde ocorre a intervenção cirúrgica.

Por sua vez, a cicatriz queloidiana não reage aos tratamentos e pode se tornar ainda mais agressiva, dependendo do indivíduo e sua predisposição ao problema.

 

 

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