Medicamentos

Mitos e verdades sobre os remédios para depressão

Por Redação Doutíssima 21/04/2015

Se você está na etapa dos remédios para depressão, provavelmente já passou pelo primeiro grande obstáculo para um paciente depressivo: perceber que precisa de ajuda e de orientação médica.

 

Depois disso, vem a resistência em aceitar e reconhecer que precisa da medicação. O paciente demora a entender, quando entende, a importância de seguir o tratamento para alinhar tanto aspectos físicos quanto emocionais.

remedios para depressão

Pessoas que sofrem de depressão precisam de ajuda médica para tratarem a doença. Foto: iStock, Getty Images

Uma pesquisa realizada no Brasil com apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que apenas 37% dos depressivos graves recebem algum tipo de tratamento, incluindo remédios para depressão. Um dado alarmante é que a maioria dessas pessoas sequer sabe da sua condição.

Na maioria dos casos, a ocorrência da depressão está relacionada a algum acontecimento adverso, como a perda de uma pessoa próxima, perda de emprego, falta temporária de perspectivas, ou sofrimento com doenças crônicas.

 

Mas há quem tenha depressões graves e muito debilitantes. Para essas, a doença se torna um fardo pesado, que diminui a autoestima, o otimismo e a vontade de viver.  Estudos mostram que entre 2,5% a 6% da população podem sofrer depressões desse tipo, de acordo com o Instituto de Biomedicina Molecular (Imebi).

Preconceito contra remédios para depressão

Preconceitos, mitos e desinformação em torno de remédios para depressão costumam ser as maiores barreiras para a aceitação do paciente ao tratamento médico. Para o médico psiquiatra e psicoterapeuta Fernando Schneider, a resistência ao uso de antidepressivos está associada ainda a pouca tolerância aos efeitos colaterais desses medicamentos.

 

Outro fator importante na visão do médico sobre a resistência aos remédios para depressão é a natureza da própria doença, que é vista como uma “fraqueza”, uma “falta de empenho para melhorar”, ou ainda carrega o simbolismo de ser uma “doença mental”, que desvaloriza o indivíduo, tira sua autonomia, deixa-o diferente do seu habitual.

A depressão, quando não tratada da forma correta, pode ter consequências graves e sequelas como a significativa redução da quantidade de células nervosas. Com o passar do tempo, diz o psiquiatra Cristiano Leal, também há diminuição do volume de algumas regiões cerebrais de forma irreversível, levando a déficits cognitivo e mesmo a tentativas de suicídio.

 

remedios-para-depressao

Escolha dos remédios para depressão

Para Schneider, o melhor tratamento para a depressão é o tratamento combinado: a psicoterapia e o uso de medicamentos. “Nos quadros com maior severidade, não se pode abrir mão do uso de remédios para depressão”, afirma Schneider.

De acordo com ele, os diferentes tipos de antidepressivos funcionam provocando alterações em diferentes sistemas de neurotransmissores no cérebro.

 

O efeito clínico não é imediato. “Em geral, qualquer antidepressivo precisa de duas a três semanas para iniciar seu efeito”, diz, ao ressaltar que cada pessoa deprimida parece responder a alguns e não a outros, e não há nenhum exame que permita saber com antecedência qual medicação vai funcionar para qual indivíduo.

Assim, prossegue Schneider, a escolha do antidepressivo a ser utilizado, tem uma certa subjetividade envolvida. Há evidências de que o que chamamos de “depressão” é na verdade mais de um tipo de doença, provocada por diferentes mecanismos neuroquímicos (como a febre é um quadro com diferentes causas).

“No entanto não temos ainda a possibilidade de testar quais alterações estão presentes, e a escolha se faz por indicadores indiretos”, completa.

 

 

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão DoutíssimaClique aqui para se cadastrar!