Saúde Mental

A homoafetividade e as dificuldades de aceitação

Por Ana Paula Veiga 30/04/2015

Já foi considerada crime e castigada, depois passou a ser entendida como uma doença que precisava de tratamento. Até os anos 70, a grande maioria dos estudiosos acreditava que a homoafetividade ou homossexualidade era um desvio da orientação sexual provocado pela perturbação do desenvolvimento psico-sexual no processo de identificação infantil. Por conta de tal afirmação e do poder exercido por ela, tais idéias repressivas tiveram uma grande repercussão.

 

 

Foi somente na década de 90 que o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, utilizado pela classe médica) retirou a homossexualidade da condição de distúrbio mental. Alguns anos depois, a OMS (Organização Mundial de Saúde) trocou o termo homossexualismo por homossexualidade, deixando também de considerá-la uma doença.

 

Somente após os anos 90, a Organização Mundial da Saúde deixou de considerar que a homossexualidade é uma doença.

 

De todas as teorias existentes que tentam dar conta sobre as razões da homossexualidade, o que se tem certeza é que ninguém opta por ser homossexual, assim, não se pode alterar a orientação a qualquer tempo, como se fosse um vício a ser abandonado. Tal condição não se modifica, assim como não existem remédios ou terapias de reversão dos sentimentos ou emoções homossexuais. A homoafetividade é uma expressão natural da sexualidade humana, mas por termos como base social uma família nuclear heterossexual, muitos ainda se sentem desconfortáveis e acabam por discriminar tal escolha.

 

 

Muitos homossexuais percebem desde cedo que seu interesse está direcionado a  pessoas do mesmo sexo, outros só descobrem mais tarde o que tais sentimentos querem dizer. E ainda há aqueles, que apesar de se perceberem ‘diferentes’ da maioria, vivem uma vida encoberta, sem se admitirem homossexuais, ainda que sintam desejo por pessoas do mesmo sexo.

 

 

Homoafetividade e aceitação

 

Os altos valores negativos carregados em relação a tal orientação, dificultam não só a aceitação das diferenças como a auto-aceitação. Assim, o medo em não ser aceito faz com que muitos tentem negar o próprio sentimento, abafado por sensações como culpa, vergonha e medo.

 

A sociedade tem aprendido a respeitar tais relações através da sua educação onde é possível tratar a homossexualidade de uma forma menos estereotipada e preconceituosa, com aceitação e apoio. Assim, mais importante do que buscar suas causas é compreender que a homossexualidade não é nenhum comportamento negativo. Os direitos deles não passam pela atitude certa ou errada mas por merecem respeito acima de tudo.

 

A matriz dos relacionamentos deve estar calcada no amor, companheirismo e aceitação e não em pares de diferentes sexos. Independente da orientação sexual, são pessoas que amam, e por amor não se quer dizer somente sexo, mas desejo de intimidade, afeto e acolhimento.

 

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