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Fim da licença-maternidade: como voltar a trabalhar sem culpa

Por Redação Doutíssima 05/05/2015

Será que você sabe lidar com o fim da licença-maternidade? Depois de meses de espera, expectativas e realizações e da consolidação de um vínculo ímpar, com a gestação e o nascimento, é hora de voltar à rotina de trabalho e se afastar do bebê. Parece simples, mas, para muitas mães, é um momento que chega rodeado de preocupação e medos.

 

É uma situação normal, mas que precisa ser conhecida para ser encarada. Conforme a psicóloga Marcia Regina de Oliveira Krigner, coordenadora da Clínica Escola de Psicologia da Universidade Anhanguera de São Paulo, unidade Santo André, cada mulher nomeia seus medos ou receios de maneira própria, porém todos eles estão relacionados à perda do bebê.

fim da licenca-maternidade

Voltar ao trabalho após o nascimento do filho pode gerar angústia em muitas mães. Foto: iStock, Getty Images

É importante entender, de acordo com a especialista, por que tudo isso acontece. “A vivência do medo, como afeto humano, está diretamente ligada aos seus efeitos e é através destes que se pode mensurar o grau de impacto tanto psíquico quanto social no indivíduo”, comenta Marcia.

Assim, ela explica que esses medos e receios maternos remetem a marcas originais de vivência dessa mãe, ou seja, na totalidade de experiências infantis vividas com a própria mãe em suas fases iniciais de desenvolvimento.

Fim da licença-maternidade gera angústia

O mais comum, diz ela, é sentir a angústia da separação, a culpa, a insegurança, o medo de que seu filho não consiga sobreviver sem os seus cuidados, que a separação que acontece com o fim da licença-maternidade possa trazer prejuízos irreparáveis para seu filho.

Com o fim da licença-maternidade, continua Marcia, pode ser que a mãe tenha a sensação de luto, em um grau menor, já que no luto o objeto amado não volta mais, e na separação do filho, o objeto amado está presente.

 

Segundo Marcia, as grandes dificuldades em lidar com esses sentimentos podem desencadear emoções e comportamentos disfuncionais, traduzindo-se em mobilizações ou imobilizações na vida da mulher.

“Aprender a lidar com as frustrações e medos é necessário para o crescimento humano”, afirma a psicóloga, ao ressaltar que isso se aplica, inegavelmente, ao processo de assimilação do fim da licença-maternidade.

Como se preparar para o fim da licença-maternidade

Como em qualquer situação de angústia e sofrimento da separação, há a possibilidade de uma preparação gradual, segundo a psicóloga. Planeje-se com antecedência, trace as ações relacionadas ao bebê, como com quem ficará, se vai para uma creche, entre outras.

Opte por procurar um cuidador, que pode ser um familiar ou em um estabelecimento, que tenha disponibilidade emocional para criar um laço afetivo com o bebê. Isso, garante Marcia, vai minimizar os fantasmas do fim da licença-maternidade.

 

Mas, acrescenta a psicóloga, em nenhum momento a mãe precisa deixar de externar seus sentimentos. Isso é necessário para que ela mesma possa aprender a lidar com eles, da maneira mais compreensível possível.

E não se pode esquecer o papel do pai nesse contexto. Ele precisa estar aberto a, emocionalmente, ajudar a mulher a lidar com a ambivalência de sentimentos e quebrar a idealização da “mãe perfeita” por meio de atos reais, práticos e discussão dos sentimentos.

 

“O suporte emocional oferecido pelo marido e familiares (avós, por exemplo) contribui para o desenvolvimento dos filhos”, conclui Marcia.

 

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