Pesquisadores da Universidade de Bistrol, na Inglaterra, publicaram um estudo sobre a influência do formato do copo no consumo de álcool. Mais precisamente, no tempo em que a cerveja é consumida. De acordo com a pesquisa, apresentada no congresso anual British Psychological Society, a forma do copo faz com que as pessoas bebam mais ou menos rápido.
Em um copo redondo, por exemplo, a cerveja será bebida mais rapidamente que em um copo longo. “O estudo sugere que esses pequenos detalhes, como a forma do copo ou a presença de desenhos nele, podem influenciar na maneira como a bebida é consumida”, explica David Troy, um dos psicólogos responsáveis pelo estudo.
O tipo de copo e a velocidade do consumo da cerveja
Para realizar o estudo, os pesquisadores britânicos analisaram o comportamento de 160 pessoas (80 homens e 80 mulheres) em um pub londrino. Os participantes foram divididos em dois grupos: o grupo 1 foi servido de meio litro de cerveja em um copo longo, enquanto que o grupo 2 teve a mesma quantidade de bebida servida em um copo redondo. Após a degustação, os pesquisadores constataram que as pessoas do segundo grupo tinham bebido 60% mais rápido que as do outro.
Outra experiência foi feita, dessa vez com copos redondos que tinham indicações dos volumes referentes a 1/4, 1/2 e 1/3 de ml. A mesma quantidade de cerveja foi servida, meio litro. Resultado: as pessoas beberam mais lentamente que no primeiro teste. Com o copo redondo sem marcações, elas beberam em 9,1 minutos, e com o novo copo em 10,3 minutos. Ou seja, as pessoas tendem a beber mais devagar quando sabem o volume de ml consumido.
A diferença de tempo pode parecer pequena, mas dra Angela Attwood, uma das responsáveis pelo estudo, lembra que “a velocidade pela qual uma cerveja é bebida pode ter efeito direto sobre o grau de intoxicação experimentado pelo indivíduo que bebe. Isso pode, também, influenciar o volume de álcool consumido no final da noite”.
Esse estudo foi realizado com o objetivo de determinar os fatores que aumentam o consumo de álcool, e o consequente alcoolismo, um problema sério na Inglaterra e na maioria dos grandes países. “O consumo excessivo do álcool é um assunto de saúde pública maior, e as estratégias de como combatê-lo suscitam um grande interesse por parte dos médicos e das autoridades públicas.”, explica Troy.
Consumo de álcool no Brasil e no Mundo
De acordo com a base de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 48% da população mundial adulta nunca consumiu alcool. Os outros 52% estariam espalhados pelos cinco continentes.
O uso de álcool é maior e mais regular nos países desenvolvidos. Nas nações chamadas de emergentes, em pleno crescimento, o volume de álcool consumido vem aumentando de maneira acelerada.
Segundos dados da OMS, o consumo de alcool no Brasil equivalente a 8,7 L por pessoa, número superior à média mundial. Os homens consomem cerca de 13,6 L por ano e as mulheres 4,2 L. Quando levamos em consideração somente os indivíduos que bebem, essa média sobe para 15,1 L de álcool puro por pessoa (mulheres 8,9 L e homens 19,6 L)
Riscos do consumo excessivo do álcool
A OMS define como embriagada uma pessoa que tenha bebeido 60 gramas de álcool puro, o que corresponde a seis copos standard. Segundo dados da organização, o uso abusivo do álcool é responsável por cerca de 3,3 milhões de mortes cada ano, o que representa 5,9% da mortalidade mundial.
A bebida está no centro de vários problemas da vida atual, como acidentes de trânsito, traumas, violência familiar e urbana, além de diversas doenças, entre elas a cirrose e o câncer do esôfago. Esses incidentes são responsáveis por 30% das internações em hospitais gerais e 50% em hospitais psiquiátricos.
O alcoolismo é, sem duvida, a pior consequência do uso exagerado do álcool. A doença atinge cerca de 13% da população brasileira, o equivalente a 20 milhões de pessoas.
O diagnóstico do alcoolismo é feito por meio de entrevista com o indivíduo dependente e pessoas próximas, além de exame físico. De acordo com o grau de dependência e do estado de saúde em que o paciente se encontra, recomenda-se um tratamento psicoterapeutico. Como na maioria dos casos a pessoa não reconhece a sua doença, a internação é inevitável. O Alcoólicos Anônimos pode ser uma boa alternativa para controlar a dependência química e aprender a lidar com a doença.
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