Sentimentos guardados e amor reprimido podem gerar muito sofrimento nas pessoas. Por uma série de motivos, é o que uma grande parte da população faz. O correto seria que o sentimento fosse colocado para fora e que as pessoas vivessem uma linda história de amor. Porém, nem sempre isso acontece na realidade do cotidiano.
Amar demanda dois, como afirma a psicóloga clínica e organizacional Andréia Reis. Se há o amor reprimido, pode ser também que haja outros sentimentos presos. E qualquer sentimento ou sensação reprimida, contida em nosso íntimo, pode gerar danos. Desde uma gastrite até um câncer.
“Sentimentos retidos, como o amor reprimido, vão danificando nosso emocional e depois acabam afetando o nosso físico, pois somos um ser tríade – mente, corpo e alma, que se interligam e geram reações uns nos outros”, diz Andréia, que atua no Núcleo de Apoio Psicológico (NAP), em Novo Hamburgo (RS).
Amor reprimido pode ser medo de rejeição
Andréia conta que quando a pessoa reprime o amor, é preciso pensar no que a levou a isso. O amor reprimido pode ter como causa a insegurança, o medo da rejeição, não sentir-se merecedor desse sentimento, entre outros.
Na maioria das vezes, segundo a especialista, essa repressão se dá devido ao medo de ser rejeitado. E a rejeição é uma situação com a qual há muita dificuldade em lidar, pois mexe com outro sentimento, que é o de não sentir-se capaz de conquistar e ser amado. “Então, a pessoa reprime para fugir da possibilidade da rejeição”, conclui.
O primeiro passo, de acordo com Andréia, é a pessoa se dar conta de que ama e não consegue expressar. Depois, é preciso desenvolver meios que levem à aquisição da autoconfiança para ir à luta. “Se não conseguimos sozinhos, está na hora de buscar ajuda terapêutica, na qual através do autoconhecimento, encontram-se habilidades para lidar melhor com a situação”, completa.
Amor reprimido mostra quem somos
Muitas vezes, o amor reprimido se explica pelo motivo de o objeto desse sentimento ser comprometido. Pode acontecer.
No entanto, na busca por resolver esse contexto, o fato de a pessoa em questão ser ou não comprometida não interfere no processo pois, segundo Andréia, o trabalho maior é o pessoal, individual, de entender o que está se passando com o próprio interior.
“Depois, sim, podemos pensar no processo de conquista, se pode ou não acessar esta pessoa. Entretanto uma boa reflexão podemos fazer, quando ama-se alguém já comprometido, isto pode denotar outra fuga, alguém proibido, assim estou impedido de amar e não irei sofrer rejeição”, comenta a psicóloga.
Assim, o ideal é encarar o processo de autoconhecimento e olhar para dentro de si, sem medo. “E se não foi bom até aqui, daqui para adiante pode ser melhor”, conclui a terapeuta.
E para ilustrar sua afirmação, Andréia cita o filósofo Erich From em seu livro A arte de Amar: “Se digo a outrem, eu te amo, devo ser capaz de dizer: Amo em ti a todos, através de ti amo o mundo, amo-me a mim mesmo em ti”.
Pode parecer complexo e complicado, mas ela garante que não. É simples. “Só amo e expresso este amor se amo a mim mesmo. Amor produz amor. Tenho em mim este sentimento, então sou capaz de gerar noutro também”, ensina.
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