Clínica Geral

Fique por dentro dos benefícios e riscos do uso da ritalina

Por Redação Doutíssima 28/07/2015

Metilfenidato é o nome do composto de que é feito o medicamento ritalina, um estimulante do sistema nervoso central. A recomendação mais popular é para portadores de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), mas também pode ser usada para tratar narcolepsia, depressão, danos cerebrais, câncer, transtornos cognitivos e até HIV.

 

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, cerca de 3 a 5% das crianças em idade escolar no mundo todo apresentam esse distúrbio. Em mais da metade dos casos, os sintomas permanecem presentes na vida adulta, porém de forma mais branda.

ritalina

Medicamento para déficit de atenção ajuda a equilibrar o comportamento da pessoa. Foto: iStock, Getty Images

 

Como a ritalina age

O psiquiatra com PhD em déficit de atenção, Marcelo Victor, afirma que esse é o remédio mais usado no mundo todo para tratar TDAH em crianças, adolescentes e adultos. “Muitos estudos na área defendem o uso do medicamento”. Ele é amplamente recomendado para pacientes com esse transtorno desde a década de 1950.

O especialista explica que o medicamento faz um bloqueio da recaptação de dopamina e de noradrenalina nas fendas sinápticas. Ou seja, age nas características fisiológicas do deficit de atenção.

A ação é rápida. Após trinta minutos da ingestão, o comportamento do paciente já começa a ter mudanças e os efeitos duram em torno de cinco a seis horas. Em alguns casos é preciso administrar o remédio mais de uma vez por dia.

A partir de sete anos, a ritalina já pode ser usada em crianças diagnosticadas com TDAH. Uma curiosidade citada pelo médico é de que apenas nos anos 1970 o medicamento começou a ser recomendado para adultos, pois achava-se que a doença era exclusiva entre os jovens.

Hoje é conhecido que o TDAH pode prejudicar pessoas adultas, mas é menos frequente. “Em crianças e adolescentes a condição regride”, afirma o médico, indicando que o uso da ritalina pode ser suspenso após o crescimento e desenvolvimento dos jovens.

“A ritalina não cura a doença. Como a ação da insulina em diabéticos, ela promove um equilíbrio”, cita o médico. Marcelo comenta que, apesar do medicamento ser identificado por uma tarja preta, entre os jovens ele não causa dependência química.

Efeitos colaterais da ritalina

Uma das razões para o amplo uso do medicamento no tratamento de TDAH é que ele apresenta efeitos colaterais leves e de fácil manejo, segundo o psiquiatra. A perda de apetite é o mais comum.

Durante a fase de crescimento, ele pode comprometer alguns centímetros na altura prevista de um adolescente. Mas segundo Marcelo, basta interromper o medicamento por um período para que o desenvolvimento volte ao normal e o indivíduo recupere o que foi perdido.

De acordo com um artigo do The Primary Care to The Journal of Clinical Psychiatry, além da perda de apetite, os efeitos colaterais mais comuns são insônia, dores de estômago, dores de cabeça e anorexia.

Apenas mais um ponto exige atenção em pacientes que precisam fazer tratamento com ritalina. O psiquiatra alerta que pessoas com problemas cardíacos e pressão alta, ou crianças com familiares que possuem esses problemas, devem ter um acompanhamento mais próximo.

 

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