Desbravar o mundo e conhecer novas culturas motivam muitas pessoas a entrarem em um avião e atravessarem o oceano. No entanto, muitas vezes nos encontramos em uma situação complicada: não temos a companhia de alguém. Nesse momento, o medo de viajar sozinha pode existir, mas é preciso saber como deixá-lo de lado e colocar os planos em prática.
Viajar sozinha é uma opção
“É curioso pensarmos como mesmo em uma sociedade com tantas características individualistas, viajar sozinha em função de circunstâncias que em alguns momentos estão para além de nossas escolhas, como em uma viagem a trabalho, é mais natural do que em uma viagem de férias, onde o objetivo é o lazer”, comenta a psicóloga Maíra Feldmann.
Viajar sozinho é uma forma das pessoas serem mais independentes e seguras de si. Foto: iStock, Getty Images
Uma aventura sem companhia não deixa de ser uma ótima oportunidade para conhecer lugares e pessoas diferentes. “Viajar por escolha e em busca de lazer sozinho pode ser uma oportunidade de permitir-se, de se afastar da rotina, dos hábitos”, garante a especialista.
Para ela, ao viajar sem alguém que você conheça, a tendência é estar mais aberto a conhecer outras pessoas e a experimentar coisas que não faríamos com o nosso grupo.
Vantagens de viajar sozinha
De acordo com a psicóloga, viajar sozinha é um exercício de independência. “Para um adolescente, viajar sozinho pode ser um marco no exercício de sua autonomia e no processo de busca por independência”, ressalta.
Já para os adultos, ela menciona que a viagem sem acompanhante pode ser uma oportunidade ímpar para fazer escolhas em nome próprio. “Criar um roteiro e ter experiências sem ter que negociá-las, sem ter a preocupação de ter que responder a expectativas alheias”, afirma.
Maíra ainda levanta um questionamento sobre o assunto. “Até que ponto se viaja realmente sozinho quando as fotos de cada um dos lugares que visitamos são compartilhadas em tempo real?”, diz.
Para ela, o contato através das redes sociais permite o apoio de amigos, familiares e pessoas próximas mesmo sem a proximidade geográfica.
Dicas da psicóloga para viajar sozinho
1. Escolha um local próximo
A primeira experiência sozinho, em um território que não nos seja familiar, não precisa ser em uma viagem longa, ou em um país distante onde você não domine o idioma.
2. Entenda seus sentimentos
É interessante que a pessoa possa experimentar aos poucos, ver como reage e que sentimentos uma experiência mais breve despertam.
3. Não se culpe se achar a experiência difícil
Afastar-se não é fácil e nem sempre é bom. Sendo assim, viajar sozinho às vezes só é bom e libertador no imaginário de quem não teve essa experiência.
4. Mantenha a estabilidade emocional
Estabilidade emocional para viajar sozinha está relacionada principalmente a características da personalidade, mas também a uma série de fatores psicológicos como a capacidade de tolerar frustrações, o desenvolvimento de resiliência, dentre outros.
Dar-se conta de nossos comportamentos e saber identificar o que nos tira a estabilidade podem ser uma maneira de evitar passar por desgastes emocionais e situações mais complicadas em uma viagem.
5. Planeje-se para a viagem
A preparação para viajar sozinha não se distingue muito de uma viagem com a família ou com amigos. Quanto mais adequada ao planejamento, menor a ansiedade, os riscos de se expor a situações de estresse e maior a chance de aproveitar efetivamente o passeio.
6. Esteja preparada para imprevistos
Viajantes solitários devem estruturar uma rede de suporte, entre amigos ou familiares, para o caso de algum imprevisto acontecer.
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