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Criança autista: entenda como a rotina ajuda na convivência

Por Redação Doutíssima 06/08/2015

A criança autista costuma ter um repertório restrito de interesses e atividades, normalmente repetidas e baseadas na segurança que essa repetição transmite a ela. Por essa razão, a rotina é um fator importante no aprendizado dessas crianças.

 

A rotina para a criança autista

O autismo não é uma doença, mas um transtorno, que geralmente se manifesta até os 3 anos de idade. A grande dificuldade de identificação dos sintomas na criança autista é que não existem ainda exames que possam detectar e confirmar o autismo, apenas quadros comportamentais, sendo o mais comum o déficit de comunicação.

criança autista

Quadros comportamentais ajudam a identificar uma criança com autismo. Foto: iStock, Getty Images

Existem outros padrões que podem ser observados, como comportamentos repetitivos, a pessoa caminha ou balança por muito tempo, tem dificuldade de se comunicar ou de compreender o que se quer dela.

 

Quem explica como funciona o autismo é Heide Kirst, formada em educação especial em Genebra e coordenadora geral da ONG Associação Pandorga, centro de convivência que atende mais de 40 crianças e adultos com autismo. Segundo a coordenadora, a rotina tranquiliza a criança autista.

 

Um dos grandes fatores de estresse para autistas é a falta de previsibilidade. “Atendemos de segundas a sextas-feiras pessoas com autismo, estabelecendo um plano de atividades bem definido que ajuda a organizar seu dia a dia, e elas ficam mais calmas, pois têm dificuldade em lidar com o imprevisto”, relata.

 

A criança autista pode ficar horas olhando um objeto ou brinquedo, tranquila com a sensação que ele passa por ser conhecido. Heide afirma que o autista é ansioso, e a rotina lhe proporciona segurança.

 

Entenda a criança autista

É preciso aprender como interagir com a criança autista. A rotina é importante, mas nem sempre é possível mantê-la. Um fato novo pode surgir ou algo pode ser incluído no planejamento diário por necessidade. Nesse caso o ideal é explicar em poucas palavras, olhando bem para a a pessoa.

 

“Não podemos fazer à força, se necessário, faça só uma parte”, recomenda Heide.

 

Um feriado pode ser um fator de estresse para quem tem autismo. Afinal, pode cair em um dia de semana. Automaticamente, o autista pega sua mochila para ir para a escola, pois é dia de aula.

 

Por outro lado, coisas concretas como a condução ou a mochila usados para ir à aula costumam ajudar a materializar datas e ações. Uma viagem pode ser explicada com a ajuda da mochila, por exemplo.

 

É importante lembrar que existem diferentes graus de autismo e a manifestação dos sintomas também pode variar. Heide indica sinais para os pais ficarem atentos, como querer comer somente a mesma coisa, ter sede mas não pegar o copo, isolamento, entre outros.

 

A inclusão social da criança autista, além de ser um direito, é uma necessidade. O preparo dos professores ainda é um dos desafios na escola. Em casa, o fato de ter irmãos que não tem autismo costuma ajudar no desenvolvimento e também significa maior autoestima. Além de interação entre as crianças reduz-se uma possível superproteção por parte dos pais.

 

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