Clínica Geral

Adenomiose: conheça os sintomas e saiba como tratar esse mal

Por Redação Doutíssima 13/08/2015

Adenomiose é uma doença que acomete o sistema reprodutor feminino. Com sintomas similares aos da endometriose, ela tem um diagnóstico dificultado e poucos estudos a respeito.

O endométrio é o revestimento interno do útero, como um acolchoamento interno que se fortalece no período fértil para proteger um embrião. Quando não há gravidez, parte do endométrio é descartada pelo corpo, causando a menstruação.

adenomiose

Doença com sintomas parecidos aos da endometriose tem diagnóstico complexo. Foto: iStock, Getty Images

Portadoras dessa doença têm partes do endométrio dentro da parede uterina. Já na endometriose, essa camada acaba se formando na parte externa do útero.

Adenomiose tem diagnóstico complexo

A doença é conhecida há décadas pela medicina, mas até cerca de vinte anos atrás, a única forma de diagnóstico era pela análise do útero após a histerectomia (remoção do órgão), conta Carlos Augusto Bastos de Souza, ginecologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e especialista em Cirurgia Laparoscópica.

O médico comenta, de experiência própria, que são poucos os estudos clínicos focados na adenomiose e que a literatura médica sobre o assunto é pobre, dificultando o diagnóstico correto.

Ter adenomiose não representa nenhum risco à saúde e supõe-se que muitas mulheres passam anos sem nenhum tipo de sintoma. Pela mesma razão, não há dados significativos sobre a incidência da doença, tendo em vista que ela só pode ser diagnosticada quando a paciente não se sente bem.

Os sintomas são praticamente os mesmos da endometriose: cólicas, sensação de pressão na região pélvica, menstruação de fluxo intenso e por um longo período e escapes menstruais. O diagnóstico correto, quando os sinais se apresentam, é feito através de ultrassom, ressonância magnética ou histeroscopia (introdução de uma câmera de observação no útero).

Os sintomas da doença são mais comuns em mulheres acima dos quarenta anos e que já passaram por processo de cicatrização do útero, como após uma cesárea. Mas Carlos aponta que não é possível dizer que ela acomete apenas essa faixa etária.

Além da possibilidade de não demonstrar sintomas, Carlos explica que é comum as pessoas em geral conviverem com uma dor leve e apenas se preocuparem quando ela se torna mais intensa. Assim, o diagnóstico de qualquer fator acaba se postergando.

Tratamento e gravidez

A doença em si não impede a gravidez e não há dados concretos que informem se ela dificulta ou não a gestação. Na verdade, é o tratamento da adenomiose que impede de gerar um filho.

Como a enfermidade não causa risco de vida, Carlos ensina que o tratamento é para aliviar sintomas. E para diminuir as queixas de dores e o fluxo de sangramentos, a terapia hormonal com anticoncepcionais orais, injetáveis ou com o DIU de mirena são os mais comuns.

Segundo o médico, a melhora dos sintomas é significativa, porém nenhuma dessas opções permite que a mulher engravide. Ou seja: quem quer ter filho mesmo com adenomiose não pode tratar o desconforto que ela causa.

Outra opção de tratamento é a cirurgia. Ela pode remover apenas um pedaço comprometido do útero, quando é pequeno, ou remover o órgão por inteiro. A primeira trata apenas o tamanho da lesão, mas não impede os sintomas. A segunda, a histerectomia, remove todas as chances de gestação.

 

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