Saúde Mental

Aprenda a superar a agorafobia, um distúrbio de ansiedade

Por Redação Doutíssima 15/08/2015

Medo de ter medo. Essa é uma das formas de apresentar um transtorno mental que tem diversos sintomas, mas que se caracteriza, principalmente, pela ansiedade ou medo exagerados de vivenciar algumas situações, como estar em espaços abertos ou se perceber em meio a uma multidão: a agorafobia.

Os sinais não param por aí. De acordo com o psicólogo Luís Sérgio Sardinha, outros sintomas descritos como agorafobia são o receio exagerado que a pessoa tem para escapar de uma situação em espaços amplos e conseguir chegar a um lugar que considere seguro.

agorafobia

O medo excessivo de enfrentar espaços amplos faz a pessoa não sair de casa. Foto: iStock, Getty Images

 

Agorafobia prende em casa

“O indivíduo se deixa tomar por um receio muito elevado ao se perceber na eminência de uma saída para um local aberto ou com muitas pessoas. O medo pode ser tão grande que ela não sai de casa”, afirma o psicólogo, que é professor de Psicopatologia e coordenador do curso de Psicologia da Universidade Anhanguera de São Paulo, Unidade Santo André.

Geralmente, para lidar com esse medo desproporcional, as pessoas acabam por ficar em casa, preferencialmente acompanhadas de outras mais próximas para se sentirem seguras.

Mas de onde vem esse transtorno mental? Para entender melhor, é interessante compreender a origem da palavra agorafobia. Vem  do grego ágora, que significa assembleia, multidão, e phobos, que significa medo.

Atualmente, esse termo faz parte dos transtornos de ansiedade, particularmente os fóbicos, que são transtornos mentais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Causas da agorafobia

As causas do transtorno estão relacionadas ao medo mais subjetivo que a pessoa apresenta de ser castigada ou repreendida. Esse receio exagerado faz com que os sintomas descritos ocorram, na tentativa de evitar essas situações que poderiam levar a punições.

Segundo Sardinha, é um sentimento difuso e pouco especificado, geralmente relacionado a receios mais profundos e pouco compreendidos pela pessoa acometida.

Assim, a agorafobia está relacionada aos Transtornos de Ansiedade, que são a preocupação permanente e excessiva em relação a situações ou fatos que geralmente são vivenciados por todos no cotidiano.

Pode acontecer de estar relacionada com outros Transtornos de Humor, como a depressão e Síndrome do Pânico.

De acordo com o psicólogo, esse transtorno é mais notado nas mulheres e acomete mais pessoas depois dos 20 anos. “Mas casos de adolescentes são descritos na literatura, apesar de serem menos frequentes”, comenta.

Tratamento do transtorno

Esse transtorno deve ser tratado, como outra fobias, por meio do atendimento psicológico. A pessoa atingida por ele deve entender quais são os verdadeiros receios e traumas que levaram a essa situação. Assim, aos poucos, vai lidando com a situação percebida como ameaçadora e aterrorizante.

Casos mais graves podem ser tratados com medicamentos, mas apenas para contornar os efeitos mais imediatos dessa ansiedade, pois não há cura para a agorafobia.

“As pessoas que apresentam este transtorno mental devem ser respeitadas em seu sofrimento e encaminhadas a especialistas para que sejam tratadas adequadamente. Expô-las de maneira abrupta e repentina aos estímulos que trazem sofrimento, em nada vai ajudar a lidar com a situação”, afirma Sardinha.

Tais atitudes podem desencadear crises ainda mais graves. Por isso, ele destaca que o tratamento deve ser realizado por profissionais da área da saúde, devidamente qualificados.

 

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